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Coreia do Norte marca gol que tirou a Itália da Copa

Tanto quanto a violência e o predomínio do jogo duro sobre a técnica, as zebras marcaram a Copa de 1966, que enfim foi vencida pelos ingleses, inventores do futebol moderno. As seleções do Brasil e da Itália, que estavam entre as favoritas, foram eliminadas logo na primeira fase. Portugal, União Soviética e Coréia do Norte foram as surpresas. Os soviéticos chegaram até as semifinais, quando perderam para Alemanha Ocidental por 2 a 1. A mesma fase foi alcançada por Portugal, que perdeu para a Inglaterra depois de fazer a melhor campanha de sua história, comandada pelo craque Eusébio, artilheiro do torneio com nove gols. Já os norte-coreanos foram quadrifinalistas, tendo vencido e eliminado a Itália na fase inicial. Na partida final, disputada no lendário estádio de Wembley, após muita polêmica no terceiro gol inglês, marcado por Geoff Hurst - até hoje muita gente acredita que a bola não entrou -, o English Team venceu a Alemanha Ocidental por 4 a 2. Durante todo o Mundial, foram raros os momentos de bom futebol, mas sobrou vigor físico e complacência dos árbitros, principalmente com ingleses e alemães. Ficou para a história a impressão de que o time da casa foi beneficiado, apesar de ter apresentado de fato uma grande geração de jogadores, com destaque para Bobby Moore e Bobby Charlton.

Brasil

De volta ao comando da seleção após a ausência por problemas de saúde em 1962, o técnico Vicente Feola enfrentou várias crises. Por não demonstrar decisões fortes, gerou desconfiança entre os jogadores. O número de atketas chamados para a preparação foi considerado excessivo: 47. Os 22 inscritos só foram definidos já na Europa, depois de uma pequena excursão. Não havia entrosamento entre os jogadores e nem um time base. O elenco tinha veteranos das conquistas passadas, como Djalma Santos, Bellini, Pelé e Garrincha, e promessas que viriam a brilhar na Copa de 1970, como Tostão, Gérson e Jairzinho. No primeiro jogo, o Brasil passou com dificuldades pela Bulgária, com gols de Garrincha e Pelé. Mas Pelé se machucaria e ficaria de fora do jogo seguinte, contra a Hungria. Jogando melhor, os húngaros fizeram 3 a 1. O resultado provocou bastante confusão na seleção, e Feola não sabia que time escalar contra Portugal. Influenciado pelo supervisor Carlos Nascimento, acabou promovendo nove alterações no time. Mesmo com Pelé em campo - muito bem marcado pelos zagueiros -, o Brasil caiu novamente, pelo mesmo placar, e foi eliminado. No total, 20 dos 22 inscritos estiveram em campo. Em uma participação melancólica, o tão sonhado tricampeonato acabou adiado.

Curiosidades

• Nas quartas de final, os portugueses saíram perdendo por 3 a 0 para a Coreia do Norte. Foi aí que Eusébio começou a brilhar. Com quatro gols seus, o time português virou e fez 5 a 3.
• O episódio da expulsão do argentino Rattín contra a Inglaterra, quando pedia um intérprete para reclamar ao juiz da violência, motivou a Fifa a criar os cartões amarelo e vermelho.
• O ponta-esquerda Edu, do Santos, bateu o recorde de jogador mais jovem inscrito numa Copa do Mundo. Ele foi à Inglaterra com 16 anos, mas não jogou nenhum partida.
• A delegação do Brasil recebeu na Inglaterra um comunicado dizendo que o café ingerido pelos jogadores não poderia mais ser usado, por ser estimulante.
• Amarildo foi o primeiro "estrangeiro" convocado para a seleção. Ele, que jogou no Milan, Fiorentina e Roma, estava na fase de preparação, mas não foi inscrito para o Mundial.
• O vitória contra a Bulgária por 2 a 0 foi o último jogo que Pelé e Garrincha fizeram juntos pela seleção brasileira, com um gol de cada. Com a dupla, jamais o Brasil perdeu.
• Antes da Copa, a Taça Jules Rimet foi roubada em Londres. Uma "caçada nacional" foi instaurada e ela foi descoberta por um cachorro chamado Pickles, enrolada em jornal.
• Dezesseis nações africanas boicotaram as eliminatórias em protesto contra a Fifa, que decidiu que o vencedor do continente teria que passar por uma repescagem.