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SÃO PAULO
Novos moradores de Sapopemba citam convívio com trabalhadores do ABC, berço do PT, como um dos motivos
Bairro petista "converte" ex-malufistas
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os eleitores do PT nas três últimas eleições viviam nos extremos
leste, sul e oeste da cidade, ou seja,
na periferia, de acordo com o levantamento da Folha. Pela ordem, o maior percentual relativo
de votos aconteceu em Sapopemba, Itaquera, São Miguel Paulista,
Pirituba e Campo Limpo.
Segundo os moradores de Sapopemba, há vários motivos para o
"petismo" do bairro: lá moram
muitos funcionários das metalúrgicas do ABC, onde nasceu o PT; o
trabalho social da Igreja Católica
se confunde com a militância do
partido; há quem veja os escândalos da gestão Pitta como motivo
para o apoio aos petistas.
Isso tudo faz com que ocorram
até "conversões" entre os novos
moradores do bairro, como as das
ex-malufistas Ana Emília Monteiro, 41, ex-moradora da Vila Prudente, e Maria Imaculada Dias, 31,
ex-moradora do Ipiranga.
"Não gostava do PT, não. Achava que eles faziam era baderna",
disse Ana Emília, que mudou para lá há três anos. Em 1996, votou
em Erundina e, em 1998, em Lula.
Segundo Maria Imaculada, que
vive no bairro há mais de três
anos, o pessoal do Maluf "nem falava" com os moradores. "Passei a
votar em quem faz alguma coisa.
E foi com o PT que conseguimos
algumas mudanças", afirmou,
alegando que o trabalho de vereadores contribuiu para a mudança.
O apoio ao partido se confunde,
no entanto, com a preferência por
Luiza Erundina, que, eleita pelo
PT, administrou São Paulo de
1989 a 1992. "É na zona leste, mais
especificamente em Sapopemba",
disse Erundina, ao comentar onde está o seu eleitorado. Neste
ano, ela concorrerá pelo PSB.
Com isso, alguns dos moradores de Sapopemba afirmam estar
divididos entre Erundina e Marta
Suplicy, pré-candidata do PT.
PMDB
As regiões leste e sul eram "redutos" do PMDB. Pela ordem, o
apoio estava no Itaim Paulista, em
São Miguel Paulista, em Campo
Limpo, na Capela do Socorro e na
Cidade Ademar.
Para Jerolino Moreira Santos,
presidente do diretório do partido no Itaim Paulista, o PMDB ainda tem votos no bairro devido à
"memória" da população local.
"O Itaim não tinha nada, e
Montoro fez muito", afirma, referindo-se ao governo de Franco
Montoro (1983-87), que, eleito
pelo PMDB, trocou o partido pelo
PSDB em 1988. Montoro morreu
no ano passado, aos 83.
Neste ano, o PMDB, provavelmente, nem sequer terá candidato
próprio e deve confirmar hoje
aliança com o PFL, apoiando a
candidatura Romeu Tuma.
(RM e JD)
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