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Arruda é suspeito de monitorar promotores no Distrito Federal
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
Preso por obstruir as investigações do mensalão, o governador afastado do DF, José Roberto Arruda, agora é também
suspeito de usar a estrutura da
Polícia Civil para monitorar
promotores do Distrito Federal
que atuam no caso.
Segundo os jornais "O Globo" e "Correio Braziliense", policiais da Operação Caixa de
Pandora apreenderam entre os
pertences do governador um
papel com a relação de cinco investigações preliminares que,
em sigilo, o Ministério Público
fazia no governo distrital.
O secretário Valmir Lemos
(Segurança) -que esteve reunido na tarde de sábado com
Arruda- disse que ainda não
foi informado da suspeita. "Não
sei qual é o fato que está sendo
apurado. Se houver algo, deve
ser apurado com tranquilidade
até porque o Ministério Público e a Polícia Federal devem ter
elementos concretos que justifiquem essa situação", afirmou.
A procuradoria, por sua vez,
não comentou a notícia.
A suspeita de que o governador espionava aliados e adversários ganhou força no início do
mês quando dois policiais civis
de Goiás foram presos acusados de monitorar parlamentares. Em depoimento à Polícia
Civil de Goiás, Luiz Henrique
Ferreira negou que tivesse sido
pago para grampear deputados,
mas para analisar vídeos que
fazem parte do inquérito do
STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o mensalão, contratado por Francisco do Nascimento Monteiro.
O policial disse ter sido avisado que o serviço tinha sido encomendado pelo próprio governador. A Polícia Civil e a
Corregedoria da Polícia Civil de
Goiás abriram inquérito para
apurar a denúncia.
Ferreira foi preso nas proximidades da Câmara do DF de
Brasília, ao lado do colega de
corporação José Henrique
Cordeiro. Eles prestaram depoimento e foram liberados.
Eles portavam um cheque de
R$ 20 mil e um notebook que
será periciado.
Ferreira afirmou que o cheque seria o primeiro pagamento pela análise dos vídeos que
foram gravados por Durval
Barbosa, delator do esquema
de corrupção. As imagens mostram Arruda, assessores, deputados distritais e empresários
recebendo dinheiro.
A Folha não localizou Monteiro para comentar as declarações do policial. Segundo informações da Polícia Civil de Brasília, Monteiro teria contratado serviços dos policiais para
instalar equipamentos de segurança numa creche em São Sebastião, perto de Brasília.
Até a semana passada, Monteiro trabalhava no gabinete do
deputado distrital Benedito
Domingos (PP), também investigado por suposta participação
no esquema, mas foi exonerado. A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Civil de Goiás
abriram um inquérito para
apurar a denúncia.
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