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HISTÓRIAS REAIS
"Ficar sem jogar me deixa louco"
DA AGÊNCIA FOLHA
"A mentira é companheira do
jogador compulsivo." Para o vendedor W.A.O.M., 33, há um mês
sem jogar, familiares e amigos só
notam que a pessoa está viciada
quando vêem perdas materiais:
"Comecei a jogar aos 16, com um
simples dominó. Aí vieram as
apostas e o gosto pelo jogo".
Hoje vendendo lotes, M. diz ter
começado a jogar em caça-níqueis em 1994. Dono de uma
transportadora e de um mercado
de cereais à época, chegava a gastar R$ 2.000 por noite nas máquinas: "Ia toda noite. Numa delas,
alcancei o "pote", que é o prêmio
mais cobiçado". O pote é o valor
pago pelas máquinas caca-níqueis quando elas estão cheias.
Naquela noite, ele recebeu cerca
de R$ 16 mil por volta das 22h. Às
6h do dia seguinte, ainda no bingo, perdeu os últimos R$ 10 que tinha. "Ficar sem jogar me deixa
louco, ansioso. Estou há um mês
sem jogar e, confesso, está difícil
demais. Aqui no Jogadores Anônimos ao menos fico menos ansioso." Para ele, o apoio da família
tem sido essencial: "Não quero
desapontá-los mais uma vez".
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