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TRANSIÇÃO
Valor inclui custo de telões, de material para ser distribuído à população e de passagens e estadias para grupos folclóricos
PT gasta R$ 1,5 mi para bancar posse de Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT vai gastar, pelo menos, R$
1,5 milhão para bancar parte da
festa de posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na
quarta-feira, em Brasília.
O valor inclui o custo dos telões
montados para transmitir a parte
oficial da cerimônia para toda a
Esplanada dos Ministérios, material que será distribuído à população -como viseiras, colantes e
botons- e passagens e estadias
para os grupos folclóricos que se
apresentarão a partir das 11h.
Serão 12 grupos folclóricos, incluindo Filhos de Gandhy, a escola de samba Mangueira e os bois
rivais Caprichoso e Garantido, de
Parintins (PA).
De acordo com Silvio José Pereira, coordenador da comissão
de posse do governo eleito, serão
distribuídos 1 milhão de adesivos,
100 mil bandeiras, 100 mil viseiras, 100 mil ventarolas de papel e
160 mil lenços -todos com as
frases: "Posse de Lula presidente"
e "Eu participei dessa mudança".
Só os gastos com material promocional são estimados em cerca
de R$ 295 mil.
Já os custos da parte protocolar
do evento, que inclui a posse no
Congresso, a solenidade de transmissão de faixa no Planalto e a cerimônia de cumprimentos no Alvorada, serão pagos pelo Itamaraty, como parte de seus contratos
regulares com fornecedores. O
valor total ainda não estava fechado até a semana passada.
Outros artistas que vão se apresentar não cobrarão cachê. Entre
eles estão a dupla sertaneja Zezé
Di Camargo & Luciano, que deve
subir ao palco principal ao meio-dia e terá como convidados os
cantores Neguinho da Beija-Flor e
Fernanda Abreu.
Também vai se apresentar o futuro ministro da Cultura, Gilberto
Gil. "Vai ser uma festa marcada
pela mesma emoção e pelo mesmo júbilo dos últimos meses",
disse Gil na última sexta.
Depois dos shows, por volta das
14h30, Lula e o vice-presidente,
José Alencar (PL-MG), entram no
Rolls-Royce presidencial, em
frente à Catedral de Brasília, e seguem para o Congresso, onde
acontece a cerimônia de posse.
Convites
O primeiro grande desafio do
novo governo será administrar os
ânimos dos aspirantes e dos efetivamente convidados para as solenidades oficiais da posse.
A demanda soma 3.000. As possibilidades se resumiram a mil. O
"abacaxi" ganhou espaço no Congresso, reduziu a lista na cerimônia do Planalto e excluiu, reservando para convidados estrangeiros, a fila de cumprimentos do Alvorada -os chefes de Estado chegam por último para não ficarem
muito tempo em pé.
Há uma lista paralela de convidados estrangeiros com perfil de
esquerda. Convidado, Nelson
Mandela declinou o convite.
Para abrigar a demanda petista,
o jeito foi ganhar espaço no Congresso, onde haverá 200 convidados extras, numa lista inicial de
1.500 nomes. Só a lista oficial, despachada pelo presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS),
chegou a 1.200 nomes. Aí os petistas pressionaram para conquistar
um "lugar ao sol". E levaram o salão negro, para o qual convidaram 200 personalidades.
Como o rol é restrito, a idéia é
mesclar, entre o Congresso e a solenidade de formalização de ministério e de transmissão de faixa,
representações sindicais, de movimentos sociais, de intelectuais e
formadores de opinião. Nesse
bloco, destaque para os petistas
históricos, que vão representar
-pessoalmente ou por meio de
seus familiares- os diretórios de
seus Estados.
Lélia Abramo representará o
marido Perseu. Apolônio de Carvalho, 91, será a personalidade petista histórica do Rio. Familiares
de Davi Capistrano, ex-prefeito
de Santos, falecido em 2000, estão
entre os convidados.
Mas a lista de personalidades
não se limita a uma representação
estadual. Maria Amélia, 92, mãe
do cantor e compositor Chico
Buarque e viúva do sociólogo Sérgio Buarque, também é convidadíssima para a posse.
Na passagem de ano, os tradicionais festejos na Esplanada dos
Ministérios foram suspensos
-por decisão do governo do Distrito Federal. No lugar da queima
de fogos, os petistas que estiverem
na cidade vão ter que substituir o
programa popular por um convite para uma festa no Clube do
Congresso, a R$ 60 por cabeça, ou
por uma improvável convocação
para os festejos da família Lula,
comandados pela futura primeira-dama, Marisa.
(ANDRÉA MICHAEL E RICARDO WESTIN)
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