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Aldo ataca PT, e Fruet tenta vincular Chinaglia a Dirceu
No último debate antes da eleição, candidatos trocam farpas e miram no petista
Tucano irrita Chinaglia ao perguntar sobre anistia a ex-ministro; para o atual
presidente, "concentração de poder" não é boa para o PT
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em clima tenso, o último debate antes da eleição para a presidência da Câmara foi marcado pela troca de farpas entre os
candidatos, abriu uma polêmica sobre a anistia ao ex-ministro José Dirceu e terminou
com um duro ataque do atual
presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), à "concentração de poder" nas mãos do PT.
A eleição para a Mesa Diretora está marcada para quinta-feira. Além de Aldo, que tenta a
reeleição, concorrem Arlindo
Chinaglia (PT-SP) e Gustavo
Fruet (PSDB-PR).
Favorito na disputa em função do apoio formal dos partidos da base governista, Chinaglia acabou se tornando alvo de
ataques dos dois adversários no
debate da TV Câmara que começou às 11h e terminou pouco
depois das 14h. O petista rebateu todas as provocações. Ao final, se explicou: "Só me defendi, nunca puxo a faca primeiro".
Foi Chinaglia, aliás, quem
protagonizou o momento mais
tenso ao reagir com irritação a
uma pergunta de Fruet. O tucano questionou o petista se sua
eleição traria facilidade para
que Dirceu consiga reaver seus
direitos políticos por meio de
um projeto de lei com respaldo
popular. Acusado de chefiar o
esquema do mensalão, Dirceu
teve o mandato de deputado federal cassado. Desde então, articula a coleta de um milhão de
assinaturas para viabilizar o
projeto de lei. Caso isso ocorra,
caberá ao futuro presidente da
Casa colocá-lo em votação.
"Desafio Vossa Excelência ou
qualquer outro, em plenário ou
fora dele, a provar que eu esteja
orientando minha candidatura
a favor da anistia do ex-deputado José Dirceu", disse.
Apesar do incômodo ao tratar do assunto, Chinaglia afirmou que não se recusaria a colocar a eventual anistia a Dirceu em votação. "Como presidente da Câmara, não posso ser
parcial. Não vou patrocinar
anistia de ninguém, como também não vou impedir um projeto de iniciativa popular."
Fruet fez ao menos três ataques diretos ao petista, relacionando sua candidatura aos casos do mensalão e dos sanguessugas. "Sua candidatura tem a
simbologia de todas aquelas
forças que marcaram a crise."
Chinaglia reagiu. "Espero
que não tenha incluído entre
essas forças o PSDB", disse, em
alusão ao apoio que o ex-líder
do PSDB Jutahy Júnior (BA)
chegou a anunciar ao petista.
Aliado
Numa linha mais "contida",
Aldo reservou seu ataque para a
última fala. "Nada tenho contra
os meus concorrentes, principalmente contra aquele que é
de um partido aliado, do PT.
Mas não creio que, em nome da
democracia e do equilíbrio dos
Poderes do país, se deva dar
ainda mais força e poder a um
único partido", afirmou. "Não
acho que seja bom para o país
nem para o próprio PT tamanha concentração de poder."
Aldo ainda fez elogios à gestão de Fernando Henrique Cardoso. "No governo do presidente Fernando Henrique foram
realizados mais de 400 mil assentamentos e o governo Lula
deu prosseguimento a esse esforço", disse Aldo. O então ministro da Reforma Agrária à
época de FHC era Raul Jungmann (PPS-PE), hoje um entusiasta da candidatura de Fruet.
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