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Jovem quer chefe que seja amigo e confidente para temas privados
Pesquisa indica que profissionais jovens misturam vida e carreira
Os profissionais que hoje estão na faixa entre 18 e 30 anos querem que o chefe seja mais do que alguém com quem eles possam aprender algo. Eles desejam que esse líder seja um confidente com quem tenham abertura para falar sobre questões pessoais.
A conclusão é de um levantamento feito via web pela empresa de recrutamento Hays com mil brasileiros que estão nessa faixa etária.
Na questão sobre qual é o chefe ideal, as principais respostas foram: um mentor, um líder, um confidente que discuta assuntos privados e um amigo --22% deles escolheram essa alternativa.
"Esses jovens amadurecem mais tarde, pois costumam morar por muito tempo na casa dos pais. A empresa acaba sendo a extensão da casa, porque é onde eles passam mais tempo", afirma Rodrigo Soares, diretor da Hays.
Segundo Simone Leon, diretora de gestão de carreiras e talentos da consultoria Right Management, essa geração funde o trabalho e a vida pessoal.
"Hoje há pouquíssimos gestores preparados para lidar com a geração Y [nascida entre 1980 e 1999]. A maioria deles foi preparada para chefiar de forma diretiva, hierárquica e menos compartilhada."
Na questão sobre benefícios e recompensas mais atrativos, a maior parte das respostas (49%) foi "um trabalho flexível", ou seja, sem horários e locais fixos.
O item salário veio em segundo lugar (42%), seguido de plano de saúde (41%) e trabalho remoto (40%). O trabalho flexível seria, portanto, um fator importante para a retenção de jovens.
"Eles estão mais preocupados com o resultado que vão entregar do que com o tempo em que estarão sentados numa cadeira", diz Sofia Esteves, presidente da consultoria DMRH.
Para Soares, o grande desafio das companhias é conseguir atender a todos os anseios desses jovens, como oportunidades de desenvolvimento e de ascensão rápida.