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Dado sobre nível do mar esquenta debate climático
Cientistas finalizam em Paris relatório que culpa humanos pelo aquecimento
Alguns especialistas dizem,
no entanto, que os novos
dados de painel da ONU já
saem defasados, por excluir
informações sobre degelo
Pierre Gleizes/Greenpeace/EFE
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OTIMISMO
Cartaz de termômetro pregado pelo Greenpeace na Torre Eiffel diz que "Não é Tarde Demais" para combater a mudança
climática; as luzes do símbolo de Paris serão desligadas por 5 minutos na quinta em ato de alerta sobre o efeito estufa |
DA ASSOCIATED PRESS
As temperaturas do planeta
estão subindo, o aumento do
nível do mar ameaça engolir o
litoral em várias partes do
mundo e a população, mais do
que nunca, quer saber o quão
preocupada deve ficar. Uma
resposta de peso será dada nesta sexta-feira.
Cerca de 500 cientistas e funcionários de governos se reuniram ontem em Paris para uma
semana de edição, palavra por
palavra, de um relatório há
muito aguardado sobre o quão
rápido o mundo está esquentando, o quão sério é o aquecimento e o quanto dele é culpa
de atividades humanas.
O relatório do IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudança Climática), comitê de
2.500 especialistas trabalhando sob a égide da ONU, pode influenciar a política de muitos
governos e empresas sobre o
combate ao efeito estufa.
Os cientistas estão tentando
silenciar sobre o conteúdo do
relatório -o que não impediu
que diversos dados tenham
"vazado" aqui e ali para a imprensa ao longo das últimas semanas-, mas dizem que ele é
mais preciso e mais específico
que suas últimas versões (a
mais recente é de 2001) e mais
categórico ao prever verões
mais quentes, derretimento
acelerado de geleiras e o que tudo isso significa para o futuro.
O painel fará previsões sombrias sobre o contínuo aumento da temperatura da Terra até
2100 e reforçará, para além de
dúvidas razoáveis (o grau de
"certeza" do texto final está
sendo debatido), que só a contribuição de atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis é capaz de explicar
essa tendência.
Pode haver discussões nesta
semana, no entanto, sobre o
quanto o nível do mar deve subir. Versões anteriores do novo
relatório, conhecido pela sigla
AR4 (Quarto Relatório de Avaliação, em inglês), projetam
uma elevação menor (12,7 cm a
58 cm) do que o documento de
2001 (9 mm a 88 cm)
Mas muitos cientistas de renome rejeitam esses números,
dizendo que a previsão está defasada. Ela não incluiria, por
exemplo, dados recentes sobre
degelo acelerado de calotas polares na Groenlândia e na Antártida, o que contribui expressivamente com o aumento no
nível global do oceano. Um estudo publicado no fim do ano
passado na revista "Science",
por exemplo, prevê uma elevação de até 1,4 m.
Muitos temem que esse degelo alagará as zonas costeiras
antes do previsto. Outros dizem que o derretimento é temporário e não terá muito impacto no nível do mar.
Ontem, o Pnuma (Programa
das Nações Unidas para o Ambiente) divulgou dados mostrando que 30 geleiras de montanha ao redor do mundo estão
derretendo três vezes mais rápido que nos anos 1980. O impacto disso no nível do mar, no
entanto, ainda é incerto.
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