São Paulo, domingo, 05 de janeiro de 2003

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SE ESSA RUA FOSSE MINHA...

Pisos dos passeios começam em R$ 15 o metro quadrado; pigmentação dá graça ao concreto

Calçadas vão de atração a "armadilha"

ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Deixada sempre para o final da obra, a calçada pode se transformar em um cartão de visitas. Ou, se malfeita, numa armadilha para derrubar idosos e deficientes. Não faltam materiais para compor o local. Para ter um espaço harmonioso em frente de casa, basta usar criatividade e saber brincar com paginação, cor e verde.
Os pisos usados vão desde o tradicional cimentado até as trabalhadas cerâmicas. Áreas verdes também são bem-vindas, desde que respeitem a proporção designada pela prefeitura. Há dois lados da mesma calçada: o do proprietário, que tem obrigação de mantê-la bem-feita, e o dos verdadeiros usuários, os pedestres.
Nem sempre as vontades coincidem. Para o professor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) Vanderley John, 42, o passeio tem a função primária de permitir que as pessoas caminhem, e as calçadas hoje não cumprem esse requisito.
"O material tem de ser plano, não escorregadio e regular. Os donos das calçadas têm de pensar em pessoas que podem passar por lá e ter dificuldades." É obrigação do dono mantê-las em bom estado, e a prefeitura prevê multas para quem não o faz.
Os preços dos pisos utilizados começam em R$ 15 o metro quadrado, no caso do cimentado mais comum de espessura mínima, e vão até o valor que a carteira aguentar, visto que há inúmeros tipos de cerâmica rústica e de pedra. "Mas geralmente as pessoas não investem tanto, e o passeio acaba com miracema ou cimento", diz o arquiteto André Moral.
Acostumado a "brincar" com a colocação dos pisos, ele argumenta que a criatividade pode transformar um material comum em algo ímpar. "Uma pedra simples, como a miracema, com corte e paginação diferente, já dá outro aspecto", completa Moral.

Soluções concretas
Quem pensa que as calçadas de cimento estão fadadas ao cinza insosso está equivocado. Com a evolução da indústria do concreto, há hoje no mercado desde pigmentos, que dão uma cor ao chão, até blocos de concreto que permitem retirada e recolocação.
Essa é uma das vantagens do piso intertravado, composto de blocos de concreto especiais assentados sobre a areia. Segundo a Glasser, empresa do ramo, o custo do material colocado é de R$ 33 por metro quadrado, em média.
Para Paulo Grossi, 40, líder de projetos e blocos da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o intertravado é a melhor opção. "Apresenta facilidade na colocação, o consumidor pode avaliar se está dentro das normas, uma vez que existe selo da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas] para o material, além de permitir o escoamento da água."
Outra opção de cimento é o concreto estampado. Trata-se de uma massa especial que é carimbada e pigmentada, para que ganhe forma e cor. O diretor da Pisoart, Luiz Eduardo Gross, 35, diz que o material colocado custa por volta de R$ 40 o metro quadrado. "A colocação é rápida, mas depende dos desenhos e das cores."


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