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SE ESSA RUA FOSSE MINHA...
Pisos dos passeios começam em R$ 15 o metro quadrado; pigmentação dá graça ao concreto
Calçadas vão de atração a "armadilha"
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Deixada sempre para o final da
obra, a calçada pode se transformar em um cartão de visitas. Ou,
se malfeita, numa armadilha para
derrubar idosos e deficientes. Não
faltam materiais para compor o
local. Para ter um espaço harmonioso em frente de casa, basta
usar criatividade e saber brincar
com paginação, cor e verde.
Os pisos usados vão desde o tradicional cimentado até as trabalhadas cerâmicas. Áreas verdes
também são bem-vindas, desde
que respeitem a proporção designada pela prefeitura. Há dois lados da mesma calçada: o do proprietário, que tem obrigação de
mantê-la bem-feita, e o dos verdadeiros usuários, os pedestres.
Nem sempre as vontades coincidem. Para o professor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) Vanderley John, 42, o passeio tem a função primária de permitir que as
pessoas caminhem, e as calçadas
hoje não cumprem esse requisito.
"O material tem de ser plano,
não escorregadio e regular. Os donos das calçadas têm de pensar
em pessoas que podem passar por
lá e ter dificuldades." É obrigação
do dono mantê-las em bom estado, e a prefeitura prevê multas para quem não o faz.
Os preços dos pisos utilizados
começam em R$ 15 o metro quadrado, no caso do cimentado
mais comum de espessura mínima, e vão até o valor que a carteira
aguentar, visto que há inúmeros
tipos de cerâmica rústica e de pedra. "Mas geralmente as pessoas
não investem tanto, e o passeio
acaba com miracema ou cimento", diz o arquiteto André Moral.
Acostumado a "brincar" com a
colocação dos pisos, ele argumenta que a criatividade pode transformar um material comum em
algo ímpar. "Uma pedra simples,
como a miracema, com corte e
paginação diferente, já dá outro
aspecto", completa Moral.
Soluções concretas
Quem pensa que as calçadas de
cimento estão fadadas ao cinza insosso está equivocado. Com a
evolução da indústria do concreto, há hoje no mercado desde pigmentos, que dão uma cor ao chão,
até blocos de concreto que permitem retirada e recolocação.
Essa é uma das vantagens do piso intertravado, composto de blocos de concreto especiais assentados sobre a areia. Segundo a Glasser, empresa do ramo, o custo do
material colocado é de R$ 33 por
metro quadrado, em média.
Para Paulo Grossi, 40, líder de
projetos e blocos da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o intertravado é a melhor
opção. "Apresenta facilidade na
colocação, o consumidor pode
avaliar se está dentro das normas,
uma vez que existe selo da ABNT
[Associação Brasileira de Normas
Técnicas] para o material, além de
permitir o escoamento da água."
Outra opção de cimento é o
concreto estampado. Trata-se de
uma massa especial que é carimbada e pigmentada, para que ganhe forma e cor. O diretor da Pisoart, Luiz Eduardo Gross, 35, diz
que o material colocado custa por
volta de R$ 40 o metro quadrado.
"A colocação é rápida, mas depende dos desenhos e das cores."
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