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OBRA
Com mais controle solar, anti-reflexibilidade, cor e textura, material passa a ser usado em móveis, divisórias e escadas
Vidro muda para ir muito além da janela
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Só a transparência não basta.
Para ganhar espaço fora (fachadas) e dentro (divisórias, escadas
e móveis) da casa, o vidro recebeu
atributos como controle solar, anti-reflexibilidade, cor e textura.
Um dos maiores responsáveis
pela versatilidade do material
atende pelo nome de polivinil butiral (PVB). É uma película elástica prevista para ser "ensanduichada" entre duas ou mais placas
de vidro. Sua grande virtude é dar
uma gama variada de cores e texturas ao vidro incolor.
"O colorido sempre existiu, mas
só agora as pessoas estão assumindo a cor dentro de casa", afirma a arquiteta Brunete Fraccaroli.
A película PVB Vanceva Design,
da multinacional Solutia, é a mais
conhecida no Brasil. Elis Lopes
Mello, 29, responsável pelo marketing da Solutia, conta que "o
preço varia, mas um laminado de
6 mm com uma película custa a
partir de R$ 150 o m2".
Mello adianta que a família
Vanceva crescerá em 2003 com o
lançamento da Metalic, textura
metalizada que será apresentada
na feira Glasstec, em Dusseldorf
(Alemanha), no final deste mês.
Reforma e inovação
O mercado oferece ainda resinas coloridas líquidas que são injetadas entre duas lâminas de vidro. O processo tem como vantagem a aplicação entre vidros de
superfícies irregulares.
Também do grupo Solutia, a
marca Llumar, da CPFilms, é uma
opção para quem quer "reformar" o vidro já instalado. Trata-se
de uma película de poliéster com
cor, proteção anti-riscos e termoacústica e que minimiza o desbotamento dos móveis e tecidos.
No Estado de São Paulo, o produto -a película mais a aplicação- custa US$ 35 o m2. Já o vidro acidado -agredido com ácido, que lhe dá textura e opacidade- vem invadindo as cozinhas.
Outrora exclusividade de belgas
e de italianos, o material já pode
ser encomendado ao designer Enzo Senatore, 55, da Vetroidea, que
usa a técnica e consegue mais flexibilidade do que teria com as placas planas importadas. "Mas não
dá para comparar preços", diz ele,
que destaca a chance de ter tamanhos e quantidades reduzidos.
Vidro impresso
Na disputa por um lugar ao sol
entre as novas alternativas, o vidro impresso luta contra o preconceito de ser associado à "casa
da vovó", segundo Roberto de
Araújo, diretor comercial da UBV
(União Brasileira de Vidros), líder
no segmento (65% do mercado).
Os padrões mais conhecidos
desse tipo de vidro são o canelado
e o silezia. O primeiro é aquele
que se assemelha a uma sequência
paralela de canaletas. O outro
lembra um tabuleiro que alterna
quadrados lisos e trabalhados.
"Nosso esforço é fazer o produto renascer e tirar a imagem de
antiquado", explica Fábio Brant,
diretor da UBV. O vidro impresso
tem como atributo a boa transparência, mas sua principal vantagem é a de não devassar a imagem
que está por detrás. "E é 15% mais
barato que o liso", diz Brant.
No mercado brasileiro, a UBV
compete com a Pilkington Blindex e a Saint-Gobain Glass, que
aposta nos vidros impressos da
marca Decor-Lite.
(NATHALIA BARBOZA)
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