São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002

Próximo Texto | Índice

OBRA

Com mais controle solar, anti-reflexibilidade, cor e textura, material passa a ser usado em móveis, divisórias e escadas

Vidro muda para ir muito além da janela

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Só a transparência não basta. Para ganhar espaço fora (fachadas) e dentro (divisórias, escadas e móveis) da casa, o vidro recebeu atributos como controle solar, anti-reflexibilidade, cor e textura.
Um dos maiores responsáveis pela versatilidade do material atende pelo nome de polivinil butiral (PVB). É uma película elástica prevista para ser "ensanduichada" entre duas ou mais placas de vidro. Sua grande virtude é dar uma gama variada de cores e texturas ao vidro incolor.
"O colorido sempre existiu, mas só agora as pessoas estão assumindo a cor dentro de casa", afirma a arquiteta Brunete Fraccaroli.
A película PVB Vanceva Design, da multinacional Solutia, é a mais conhecida no Brasil. Elis Lopes Mello, 29, responsável pelo marketing da Solutia, conta que "o preço varia, mas um laminado de 6 mm com uma película custa a partir de R$ 150 o m2".
Mello adianta que a família Vanceva crescerá em 2003 com o lançamento da Metalic, textura metalizada que será apresentada na feira Glasstec, em Dusseldorf (Alemanha), no final deste mês.

Reforma e inovação
O mercado oferece ainda resinas coloridas líquidas que são injetadas entre duas lâminas de vidro. O processo tem como vantagem a aplicação entre vidros de superfícies irregulares.
Também do grupo Solutia, a marca Llumar, da CPFilms, é uma opção para quem quer "reformar" o vidro já instalado. Trata-se de uma película de poliéster com cor, proteção anti-riscos e termoacústica e que minimiza o desbotamento dos móveis e tecidos.
No Estado de São Paulo, o produto -a película mais a aplicação- custa US$ 35 o m2. Já o vidro acidado -agredido com ácido, que lhe dá textura e opacidade- vem invadindo as cozinhas.
Outrora exclusividade de belgas e de italianos, o material já pode ser encomendado ao designer Enzo Senatore, 55, da Vetroidea, que usa a técnica e consegue mais flexibilidade do que teria com as placas planas importadas. "Mas não dá para comparar preços", diz ele, que destaca a chance de ter tamanhos e quantidades reduzidos.

Vidro impresso
Na disputa por um lugar ao sol entre as novas alternativas, o vidro impresso luta contra o preconceito de ser associado à "casa da vovó", segundo Roberto de Araújo, diretor comercial da UBV (União Brasileira de Vidros), líder no segmento (65% do mercado).
Os padrões mais conhecidos desse tipo de vidro são o canelado e o silezia. O primeiro é aquele que se assemelha a uma sequência paralela de canaletas. O outro lembra um tabuleiro que alterna quadrados lisos e trabalhados.
"Nosso esforço é fazer o produto renascer e tirar a imagem de antiquado", explica Fábio Brant, diretor da UBV. O vidro impresso tem como atributo a boa transparência, mas sua principal vantagem é a de não devassar a imagem que está por detrás. "E é 15% mais barato que o liso", diz Brant.
No mercado brasileiro, a UBV compete com a Pilkington Blindex e a Saint-Gobain Glass, que aposta nos vidros impressos da marca Decor-Lite.
(NATHALIA BARBOZA)

Próximo Texto: Metacrilato teme riscos, mas encara gordura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.