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Instituto separa autênticos de oportunistas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Produto ecológico é aquele
que tem o mínimo de interferência no ambiente, segundo
Márcio Augusto Araújo, consultor do Idhea. Seguindo o raciocínio, pode-se, por exemplo,
utilizar matérias-primas regionais e reincorporar dejetos sem
degradar o ambiente.
Mas é difícil separar o produto que realmente tem baixo ou
médio impacto ambiental daquele que é fruto de marketing
e pega carona na onda ecológica. "No Brasil há certificação
para madeira e produtos orgânicos, mas nenhuma para os
ecológicos", diz Araújo.
A madeira de reflorestamento, por exemplo, é identificada
por um selo do FSC (Forest Stewardship Council). No site do
Imaflora (Instituto de Manejo e
Certificação Florestal e Agrícola), por exemplo, há uma lista
de empresas certificadas no
Brasil (www.imaflora.org.br).
"Na especificação da nota fiscal, deve haver o número da
certificação e o símbolo do
FSC", avisa José Luiz Lopes, gerente da Leo Madeiras.
O Idhea, por exemplo, se
pauta por parâmetros europeus sobre construção sustentável para avaliar o impacto
ambiental dos produtos.
"Só recomendamos produtos com laudos de institutos reconhecidos, mas, por outro lado, esses só atendem a normas
da construção e não a aspectos
ecológicos", ressalva Araújo.
Os critérios mais consensuais
para avaliar se o produto é de
fato ecológico são o material de
que é feito (se é natural e renovável), a energia gasta para fazê-lo e os resíduos que ele gera.
Pé atrás
Alguns produtos já são amplamente usados na construção, como tintas à base de água,
reguladores de vazão e sanitários com caixa acoplada.
Mas os mais novos ainda não
conquistaram a confiança do
consumidor. "Para muitos, o
reciclado é lixo. Ainda há quem
pergunte se as telhas de leite
longa vida têm mau cheiro",
exemplifica Araújo.
Para Alcir Vilela Júnior, 40,
professor da Faculdade Senac
de Engenharia Ambiental, essa
desconfiança é natural. "Esses
produtos precisam de mais
tempo e aplicação para ter a
aceitação do cliente."
(BMF)
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