São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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16 corpos do Airbus chegam a Noronha

Começa o processo de identificação da primeira leva de vítimas resgatadas; total de corpos encontrados já chega a 41

Militares mantêm 825 homens nas buscas; a partir de hoje, as equipes vão vasculhar parte da área controlada pelo Senegal


MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FERNANDO DE NORONHA
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os 16 primeiros corpos de ocupantes do voo AF 447 resgatados por Marinha e Aeronáutica chegaram ontem de manhã a Fernando de Noronha (PE), dando início ao procedimento de reconhecimento. Mais 25 (17 deles recolhidos ontem) estão em outro navio militar, já a caminho do arquipélago.
As 16 vítimas foram transportadas pela fragata Constituição, que ancorou a 55 km do arquipélago. Dois helicópteros da FAB voaram até o navio e içaram os corpos, um a um.
Chovia forte na região, e uma das aeronaves só conseguiu pousar às 12h, cerca de duas horas após a chegada do primeiro aparelho. Em terra, duas equipes de militares, com máscaras e aventais, revezaram-se para retirar os corpos dos helicópteros. As vítimas foram colocadas em um contêiner refrigerado, com temperatura média de -18C.
Apesar de instalados a 200 metros do saguão do aeroporto, passageiros de voos comerciais que desembarcaram ontem à tarde em Noronha relataram ter sentido o odor dos corpos.
"Desci do avião e logo senti aquele cheiro forte. Presumi que tinha alguma coisa a ver com o acidente", disse o advogado Cláudio Falcone, 46.
Em Noronha, os corpos passaram por uma pré-identificação. Eles serão enviados hoje a Recife em um avião Hércules C-130 da Aeronáutica.
Peritos das polícias Federal e Científica de Pernambuco começaram numerando os corpos, coletando material genético e digitais e fotografando roupas e objetos pessoais.
O material genético será enviado ao Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. As fotos dos objetos serão mostradas aos parentes. Em Recife, os corpos serão examinados no IML e, depois de identificados, entregues às famílias.
Marinha e Aeronáutica mantêm 825 homens na área de buscas, a 1.350 km de Recife. Os trabalhos se concentram numa área a 70 km do ponto onde o Airbus com 228 pessoas a bordo emitiu o último sinal no dia 31, indicando pane elétrica.
Com a mudança das correntes marítimas, as equipes de busca vão, a partir de hoje, vasculhar também parte da área sob controle do Senegal, que já deu autorização para isso.
Não há previsão de prazo para o fim das operações.


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