DA REPORTAGEM LOCAL

Irreverência sempre foi uma das marcas registradas dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Centro XI de Agosto à frente.
A mais popular delas é o "pendura", tradição cuja origem remonta ao século 19, antes, portanto, da criação do XI, e que consiste em "pendurar" (não pagar) contas coletivas contraídas principalmente em bares e restaurantes.
Assim como ocorre todo dia 11 de agosto, o hábito deve se repetir amanhã e, mais uma vez, espera-se polêmica, já que muitos comerciantes se recusam a participar da brincadeira dos estudantes e se mobilizam contra o calote.
Outra tradição do XI é a realização da "peruada", espécie de desfile de bloco que ocorre nas ruas do centro da cidade com o objetivo de integrar os novos alunos e que normalmente tem como "vítimas" políticos, figuras públicas ou medidas impopulares do governo. Na "peruada" de 1932, o então estudante e agora ex-empresário José Mindlin saiu vestindo camisa preta, para simbolizar os fascistas, e fazendo malabarismo com um chuchu (referência a Getúlio Vargas, apelidado de Chuchu pelo jornalista Assis Chateaubriand), protestando contra visita de Vargas a São Paulo
Há também as ações isoladas da chamada "canalha acadêmica", que vão desde as vaias na Semana de Arte Moderna de 22 até o roubo da pedra fundamental da frustrada construção de um prédio para a faculdade na Cidade Universitária, passando pela reinstalação no largo da escultura "O Idílio", um casal se beijando, que fora removida pela prefeitura anos antes. Ou ainda o "sequestro" do funcionário Chico Elefante, em 1940, para aparecer em jornais numa época de censura à imprensa, o furto da lista de presença da secretaria da escola para evitar reprovação por falta (anos 70) ou o roubo do chapéu do então ministro da Justiça, Paulo Brossard, que visitara a faculdade (anos 80).

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