|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Sem saber se terá recursos para novos escolões em 2004, administração estuda integrar equipamentos já existentes
Prefeitura quer transformar clube em CEU
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Três piscinas, três quadras poliesportivas, um ginásio, creche,
Emei e Emef. A descrição poderia
ser a de um dos 14 CEUs (Centros
Educacionais Unificados) que a
Prefeitura de São Paulo inaugura
neste mês, mas não é.
Trata-se de um conjunto de
equipamentos que já funcionam
de forma separada na Vila Maria
(zona norte da capital paulista) e
que serão, neste segundo semestre, palco para um novo projeto
da prefeita Marta Suplicy (PT): a
adaptação de estruturas preexistentes na cidade para a criação de
novos CEUs.
"A idéia é implementar os equipamentos que faltam para que o
Thomaz Mazzoni [como é conhecido o complexo da Vila Maria]
esteja pronto dentro desse conceito em 2004", diz a secretária municipal da Educação, Cida Perez.
Segundo ela, a partir dessa experiência, que começou a ser estudada recentemente, será feito
um levantamento de outros pontos da cidade que também possam ser transformados em CEUs.
Um desses locais pode ser o Clube
da Cidade da Mooca, que também possui, além dos equipamentos do Thomaz Mazzoni,
uma biblioteca e um posto de saúde dentro da mesma área -funcionando separadamente.
Essas adaptações não substituem novos CEUs, segundo Perez. Entretanto, ela afirma que,
devido ao alto investimento que
cada escolão demanda (R$ 13 milhões cada), a prefeitura ainda
não sabe quantos terá capacidade
de construir no ano que vem.
A previsão inicial era que 45
centros estivessem prontos até o
fim de 2004 -como vitrine da
gestão Marta. Desses, 19 devem
ser entregues até janeiro do ano
que vem, além do Jambeiro, inaugurado na última sexta-feira, e do
Rosa da China, que abre hoje.
Os outros 24 estão em processo
de licitação, "mas não necessariamente terão o início de obras em
2004", afirma Perez.
Até o fim da última semana, a
transformação do Clube da Cidade Thomaz Mazzoni e escolas
próximas em CEU ainda não havia sido informada oficialmente
aos diretores de cada unidade.
Enquanto isso, eles funcionam
sem nenhuma integração pedagógica, embora isso já tenha existido entre as escolas.
"Na época da Erundina [prefeita de São Paulo de 1989 a 1993], as
professoras do último estágio da
Emei e as nossas da 1ª série faziam
um planejamento para facilitar a
transição das crianças de uma escola para a outra, mas com o tempo isso foi abandonado", afirma a
diretora da Emef Dom Pedro I,
Neli Verdelone.
Hoje, a interação se restringe ao
uso das quadras do clube pelas escolas em festas. Já as piscinas estão desativadas há mais de 17
anos. De acordo com o diretor do
clube, Marcio Pereira, depois de
passar por reforma, elas serão
reabertas até novembro.
A diretora da Emei Carlos Gomes, Marly Pagliacci, afirmou estar receosa quanto à forma como
essa integração será conduzida.
"Se virar uma coisa só, precisaremos de gente para olhar as crianças pequenas o tempo inteiro."
Mas vê vantagens no processo,
incluindo a possibilidade de desenvolver mais atividades físicas
com as crianças.
"Não temos ginástica no currículo e as professoras não têm habilidade para isso."
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Escolão será inaugurado hoje na zona leste Índice
|