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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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EDUCAÇÃO

Sem saber se terá recursos para novos escolões em 2004, administração estuda integrar equipamentos já existentes

Prefeitura quer transformar clube em CEU

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

Três piscinas, três quadras poliesportivas, um ginásio, creche, Emei e Emef. A descrição poderia ser a de um dos 14 CEUs (Centros Educacionais Unificados) que a Prefeitura de São Paulo inaugura neste mês, mas não é.
Trata-se de um conjunto de equipamentos que já funcionam de forma separada na Vila Maria (zona norte da capital paulista) e que serão, neste segundo semestre, palco para um novo projeto da prefeita Marta Suplicy (PT): a adaptação de estruturas preexistentes na cidade para a criação de novos CEUs.
"A idéia é implementar os equipamentos que faltam para que o Thomaz Mazzoni [como é conhecido o complexo da Vila Maria] esteja pronto dentro desse conceito em 2004", diz a secretária municipal da Educação, Cida Perez.
Segundo ela, a partir dessa experiência, que começou a ser estudada recentemente, será feito um levantamento de outros pontos da cidade que também possam ser transformados em CEUs. Um desses locais pode ser o Clube da Cidade da Mooca, que também possui, além dos equipamentos do Thomaz Mazzoni, uma biblioteca e um posto de saúde dentro da mesma área -funcionando separadamente.
Essas adaptações não substituem novos CEUs, segundo Perez. Entretanto, ela afirma que, devido ao alto investimento que cada escolão demanda (R$ 13 milhões cada), a prefeitura ainda não sabe quantos terá capacidade de construir no ano que vem.
A previsão inicial era que 45 centros estivessem prontos até o fim de 2004 -como vitrine da gestão Marta. Desses, 19 devem ser entregues até janeiro do ano que vem, além do Jambeiro, inaugurado na última sexta-feira, e do Rosa da China, que abre hoje.
Os outros 24 estão em processo de licitação, "mas não necessariamente terão o início de obras em 2004", afirma Perez.
Até o fim da última semana, a transformação do Clube da Cidade Thomaz Mazzoni e escolas próximas em CEU ainda não havia sido informada oficialmente aos diretores de cada unidade.
Enquanto isso, eles funcionam sem nenhuma integração pedagógica, embora isso já tenha existido entre as escolas.
"Na época da Erundina [prefeita de São Paulo de 1989 a 1993], as professoras do último estágio da Emei e as nossas da 1ª série faziam um planejamento para facilitar a transição das crianças de uma escola para a outra, mas com o tempo isso foi abandonado", afirma a diretora da Emef Dom Pedro I, Neli Verdelone.
Hoje, a interação se restringe ao uso das quadras do clube pelas escolas em festas. Já as piscinas estão desativadas há mais de 17 anos. De acordo com o diretor do clube, Marcio Pereira, depois de passar por reforma, elas serão reabertas até novembro.
A diretora da Emei Carlos Gomes, Marly Pagliacci, afirmou estar receosa quanto à forma como essa integração será conduzida. "Se virar uma coisa só, precisaremos de gente para olhar as crianças pequenas o tempo inteiro."
Mas vê vantagens no processo, incluindo a possibilidade de desenvolver mais atividades físicas com as crianças.
"Não temos ginástica no currículo e as professoras não têm habilidade para isso."

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