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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/REFORMA
Obra começa em Congonhas, e pista deve ser reaberta hoje
Ranhuras que ajudam a drenar água serão feitas quando a pista não estiver em uso
Áreas do asfalto onde são
realizados os rasgos não
precisam de nenhum tipo de
interdição e podem ser
usadas logo após o trabalho
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
As obras para a realização do
"grooving" (ranhuras que ajudam na aderência de aeronaves
e na drenagem de água) nos
1.940 metros da pista principal
do aeroporto de Congonhas começaram ontem. A previsão é
que a pista reabra às 6h de hoje.
A partir de hoje, a incidência
de chuvas na região determinará os prazos para o fim da obra
(de 25 a 50 dias) e a utilização
da pista principal. Caso a chuva
seja forte, de acordo com a Infraero (estatal que administra
os aeroportos), a pista voltará a
ser fechada e a obra para a realização das ranhuras também
não poderá ser feita.
Com a pista aberta durante o
dia para pousos e decolagens,
as ranhuras serão feitas somente à noite, quando o aeroporto
estará fechado. Caso a pista feche para as aeronaves, as máquinas entram. As áreas do asfalto onde são feitas os rasgos
não precisam de interdição e
podem ser utilizadas logo depois da obra.
Se o trabalho for feito só à
noite, o avanço por turno de
trabalho será de 40 metros
(com previsão de 50 dias) e, se
for de dia e à noite, 80 metros
(25 dias para acabar).
Duas empresas foram contratadas para realizar as ranhuras: Holemaker, especializada
em "groovings" e com obras no
aeroporto internacional de
Brasília e no de Campo Grande
(MS), e a Enpress Engenharia.
Cada uma trabalhará nas cabeceiras opostas da pista -com
duas máquinas de ranhuras.
Cada ranhura feita na pista
principal de Congonhas segue
uma padronização internacional: 6 mm de profundidade por
6 mm de largura, com distância
de 3,1 cm entre cada uma delas.
À medida que as ranhuras
são abertas, a área recebe água
de caminhões-pipa e trabalhadores, munidos de rodos e de
vassouras, retiram a água e os
detritos nos "groovings".
A versão usada pela Infraero
para justificar o fato de as ranhuras só terem sido iniciadas
ontem -a pista principal foi
reaberta em 29 de junho, após
46 dias em reforma- é a de que
o asfalto estava em um "processo de cura" -ou seja, criar resistência no asfalto.
No final da tarde de ontem,
ainda era possível constatar
que ao menos três dos 15 "cofres de prova" retirados do asfalto pela Polícia Federal para a
perícia estavam abertos. Cada
"cofre" é uma amostra de pista
de 400 cm2, com 40 cm de profundidade. Na segunda, a Infraero anunciou tê-los fechado.
A constatação ocorreu durante uma visita da imprensa à
pista de Congonhas, organizada pela assessoria de imprensa
da Infraero que, ao lado de técnicos da empresa, dizia aos jornalistas, em relação à pista:
"Olha lá, não empoça água! Tá
escorrendo certinho, não acumula chuva nenhuma!"
O deslizamento de terra na
cabeceira da pista em Congonhas não oferece mais nenhum
risco fora da área do aeroporto,
disse a Defesa Civil Estadual.
Colaborou PAULA LEITE, da Reportagem Local
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