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Viúva de ganhador da Mega-Sena tinha amante e mentiu, diz polícia
Adriana Almeida mentiu para se "preservar moralmente", afirma advogado
DO ENVIADO ESPECIAL A RIO BONITO
A situação da viúva de Rennê
Senna, ganhador de R$ 52 milhões na Mega-Sena, Adriana
Almeida, se complicou muito,
segundo o delegado Ademir Silva, que investiga o assassinato,
pois ela teria mentido ao depor.
Ela é uma das principais suspeitas de ter cometido o crime,
que ocorreu no último dia 7, na
cidade de Rio Bonito (a 75 km
do Rio). À polícia, Adriana se
declara inocente.
O motorista de van Róbson
de Andrade Oliveira, 25, que
admitiu anteontem aos policiais ser amante de Adriana e
deu declarações divergentes
das apresentadas pela viúva,
também é investigado.
Divergências
Uma das contradições foi sobre o motivo da briga que levou
Rennê a expulsá-la de casa três
dias antes do crime. Adriana
contou que a briga ocorreu porque o marido chegou em casa
bêbado. Oliveira a desmentiu
-afirmou à polícia que foi porque Rennê desconfiava que a
mulher tinha um amante.
O motorista contou à polícia
que passou o Réveillon com
Adriana, versão diferente daquela apresentada pela viúva
aos policiais -ela disse ter passado a data sozinha.
No seu depoimento, Oliveira
declarou ainda que Adriana
não podia ter filhos, o que contradiz a versão da viúva, que
dissera anteriormente que pretendia engravidar de Rennê.
O delegado Ademir Silva disse que as mentiras contadas pela viúva podem colocar em xeque a veracidade de todas as informações prestadas por ela,
que se diz inocente. "A partir do
momento que a pessoa mente,
precisamos ter atenção."
O policial informou que investigará se a motocicleta que
pertence a Oliveira foi a mesma
usada no dia do crime. Ele disse
que os veículos têm características diferentes mas, mesmo
assim, convocará testemunhas
para ter certeza de que não se
trata do mesmo utilizado no dia
do assassinato de Rennê.
Sem motivos para matar
O advogado de Adriana, Alexandre Dumans, disse que ela
não tinha motivos para matar o
marido pois era herdeira de
50% dos bens deixados por ele.
Segundo Dumans, ela mentiu
para se "preservar moralmente". Ele enviou ontem uma petição ao delegado pedindo que a
cliente seja reinquirida. A solicitação ainda não foi aceita.
O delegado disse ainda ter
outros suspeitos do crime. Entre eles, ex-seguranças que foram demitidos por Rennê em
setembro do ano passado, os 11
irmãos do milionário que passaram a não ter direito a herança após a mudança do testamento e a filha única do milionário, Renata Senna, cuja paternidade passou a ser questionada. Rennê estudava a possibilidade de realizar um exame
de DNA para confirmá-la.
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