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Análise
Programa precisa ser levado para toda a cidade
HORÁCIO AUGUSTO FIGUEIRA ESPECIAL PARA A FOLHAO Programa de Proteção ao Pedestre, apesar de ter melhorado e alterado o comportamento de parte dos condutores, ainda precisa ser expandido na prática para toda a cidade, em todos os dias da semana, para que seu resultado seja universal para qualquer bairro, dia e horário.
A redução no número de multas pode ser um indicador de que os condutores estão respeitando mais e mudando seu comportamento.
No entanto, só é possível afirmar isso de forma científica, caso existam pesquisas que permitam comparar dados antes e depois do início da ação, para verificar se em toda a cidade está ocorrendo uma alteração de postura.
Não é de hoje que os pedestres são as maiores vítimas de acidentes no trânsito. Segundo dados da CET, em 2011 foram 553 atropelamentos fatais, que corresponderam a 40,5% do total de mortes no trânsito (1.365) naquele ano.
O simples hábito de andar à pé, na cidade de São Paulo, ainda é um ato de alto risco.
Se isto ocorrer de noite ou num fim de semana, o risco é maior ainda. Por que isso ocorre? Podem-se supor vários motivos, mas o principal é a fiscalização feita de forma rarefeita ou repetitiva (mesmos locais, dias e horários)
Isso compromete não só a segurança dos pedestres, pois as mortes de condutores também são maiores nessas situações. A probabilidade de uma pessoa morrer em um acidente de trânsito da 0h às 6h é 8,6 vezes maior do que no período das 6h às 12h --horário em que a "sociedade" cobra mais fluidez e os agentes de trânsito estão mais presentes nas ruas.
À noite e no fim de semana, o que em geral ocorre é atendimento às ocorrências, ou seja, resgate de corpos. Onde fica a prevenção e a segurança do trânsito?
A indústria de produção de viagens não para e infelizmente também a de infrações. Ou o sistema funciona 24 horas ou seremos cúmplices de mortes e mutilações evitáveis no trânsito.