|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ameaça do Irã e declaração de Bernanke provocam turbulências, e Bolsas caem
DA REPORTAGEM LOCAL
O discurso do presidente do
Fed (banco central dos EUA),
Ben Bernanke, e a ameaça de
corte das exportações iranianas
de petróleo estremeceram os
mercados financeiros ontem.
No caso das declarações do
presidente do Fed, o impacto
imediato foi sentido nas principais Bolsas do mundo. O clima
de turbulência atingiu também
a Bovespa, que fechou em baixa
de 3,17%.
Nos EUA, a Nasdaq encerrou
ontem com queda de 2,24%. O
mesmo movimento houve no
Dow Jones, que caiu 1,77%. Na
França, a CAC fechou com queda de 0,88% e a Bolsa alemã registrou recuo de 1,16%.
O motivo do abalo foi a preocupação expressa por Bernanke com os rumos da inflação
nos EUA. "O núcleo da inflação
nos últimos três a seis meses
atingiu um nível que, se for
mantido, ficará acima ou no teto do patamar que muitos economistas, entre os quais me incluo, consideram compatível
com a estabilidade de preços e
com a promoção do crescimento a longo prazo", disse ontem
em evento em Washington.
O presidente do Fed afirmou
que o comportamento da inflação vai ser alvo de "escrutínio".
A análise desse componente,
argumentou, será um fator crucial na nova decisão sobre o patamar da taxa de juros, que será
decidido ao final deste mês.
Essa preocupação com pressões inflacionárias enviou para
o mercado a mensagem de que
a política monetária deve endurecer. A expectativa de boa parte dos analistas é que a taxa básica americana passe de 5% para 5,25% ao ano na próxima
reunião do Fed, em 29 deste
mês. Se for confirmada essa
projeção, será o 17º aumento
consecutivo nos juros desde junho de 2004.
"[O discurso de Bernanke]
não apenas elimina as esperanças de pausa como também coloca novas altas nas taxas de juros na mesa em todo o resto do
ano", diz Barry Hyman, estrategista da corretora Ehrenkrantz King Nussbaum.
Impacto do petróleo
O governo do Irã ameaçou
ontem interromper as exportações de petróleo para os EUA
por causa das pressões dos
americanos para interromper o
programa nuclear iraniano.
Essa intimidação fez a cotação do barril de petróleo chegar
a US$ 72,60 ontem, com alta de
0,37%. Sobre a possível expansão dos custos com energia,
Bernanke disse que, apesar das
recentes altas nas cotações do
petróleo, os preços do mercado
futuro indicam queda.
Mas, no mesmo discurso,
Bernanke mostrou sua preocupação com aumentos desses
preços a médio prazo.
"A volatilidade dessas cotações e de outras commodities é
tanta que é possível que, no futuro, eventuais aumentos nesses preços se mantenham como
um risco para o prognóstico da
inflação".
Essas análises contraditórias
proferidas pelo presidente do
Fed são um dos principais motivos de crítica por parte de alguns economistas. Eles avaliam
que isso envia sinais confusos
para o mercado.
Com agências internacionais
Texto Anterior: [+] Análise: Para a UFRJ, oscilação ajuda câmbio Próximo Texto: Frase Índice
|