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Endividada, Nortel pede concordata
Pedido foi feito no Canadá e nos EUA e pode chegar às subsidiárias europeias
Concordata seria o caminho para manutenção do atual plano de reestruturação e redução da dívida da empresa; 4.100 já foram demitidos
DA REPORTAGEM LOCAL
A canadense Nortel -fabricante de telefones, equipamentos para redes de internet e soluções em telecomunicações-
pediu concordata em seu país e
nos EUA e ameaça repetir o
procedimento na Europa, onde
também tem subsidiárias. A
empresa alega que a atual crise
financeira ameaça sua reestruturação para diminuir a dívida
de US$ 3,8 bilhões. Escapam da
concordata as filiais da Ásia,
onde ela mantém parceria com
a coreana LG, do Caribe e América Latina, incluindo o Brasil.
Até o fechamento desta edição, os pedidos ainda não haviam sido avaliados. Analistas
consideram, no entanto, que
eles devem ser negados. Isso
porque a Nortel não tem, segundo eles, dívidas de curto
prazo e dispõe de US$ 2,4 bilhões em caixa.
Apesar disso, a empresa possui compromissos que comprometeriam seu caixa. Entre investimentos e custos operacionais, seriam US$ 2,3 bilhões,
em 2009, segundo analistas canadenses. Para eles, a solução
seria a venda de ativos.
O presidente da companhia,
Mike Zafirovski, afirma que a
concordata seria a saída para
não comprometer as atividades
da empresa nem os planos de
reestruturação em curso. Para
cortar custos, a Nortel já demitiu 4.100 funcionários e pode
cortar outros 1.300 neste ano. A
companhia tem cerca de 32 mil
contratados em 150 países.
No terceiro trimestre de
2008, o faturamento foi de US$
2,23 bilhões. Estima-se que
85% das operadoras móveis de
telefonia e os 25 maiores provedores de internet do mundo
usem seus produtos no "coração" de suas redes. No Brasil,
ela tem contratos com praticamente todas as teles. Em comunicado, a empresa afirma que
os serviços continuam sendo
prestados normalmente.
Os problemas da Nortel surgiram em 2002, com a crise da
internet, e complicaram-se, em
2003, quando uma auditoria
encontrou US$ 3 bilhões em receitas lançadas indevidamente
em sua contabilidade. A troca
de comando deu novo ânimo à
empresa, mas, desde 2005, as
ações da companhia estão em
queda. A Bolsa de Valores de
Nova York informou que elas
deixarão de ser negociadas, caso fiquem abaixo de US$ 1 por
mais seis meses. Ontem, estavam cotadas a US$ 0,32.
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