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Dívida está mais suscetível a crises
DA REPORTAGEM LOCAL
A composição da dívida pública
interna também sofreu uma significativa piora por conta do menor apetite de bancos por esses
papéis. Aumentou a parcela da dívida corrigida por taxas pós-fixadas, como câmbio e juros.
Isso torna o endividamento interno mais sujeito a aumentos
bruscos em cenários de descontroles financeiros.
O percentual da dívida que é
afetado pela variação cambial saltou de 29,36%, em janeiro deste
ano, para 37,68% no mês passado.
Já a quantidade de dívida que
acompanha a taxa Selic passou de
52,6%, em janeiro deste ano, para
57,7%, em novembro passado.
A dívida corrigida por títulos
prefixados, por outro lado, encolheu, passando de 7,57% em janeiro para 4,41% em novembro.
Em outras palavras, a composição da dívida pública está ainda
mais explosiva. A forte concentração de papéis corrigidos por taxas
pós-fixadas implica um enorme
risco de que novos choques internos ou externos forcem maior
desvalorização da moeda ou novos aumentos de juros e façam o
valor da dívida disparar.
Uma das piores consequências
possíveis disso é que volte a aumentar o temor de bancos estrangeiros de que o governo não consiga pagar sua dívida interna.
Embora analistas brasileiros
desconsiderem essa hipótese, nova fuga de recursos do país tende
a ter efeitos ainda piores sobre a
economia, como maiores pressões inflacionárias.
"O pior que pode acontecer
com a dívida interna é acabar sendo rolada no "overnight". Os bancos nacionais sabem disso. Mas a
percepção dos estrangeiros é diferente", diz Clive Botelho, diretor
de tesouraria do Banco Santos.
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