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Mirian Goldenberg

Faça amor, não faça guerra

Leila Diniz simbolizou as radicais transformações da condição feminina que ocorreram no Brasil

Há alguns anos, exibi os filmes "Todas as Mulheres do Mundo", de Domingos de Oliveira, e "Leila Diniz", de Luiz Carlos Lacerda, para meus alunos de ciências sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fiquei emocionada ao perceber que eles reconheceram que Leila Diniz é um personagem muito importante da nossa história, especialmente na luta pela libertação das mulheres brasileiras.

Com a recusa dos modelos tradicionais de sexualidade, casamento e família; com os 70 palavrões na entrevista ao "Pasquim" e o corpo grávido de biquíni; Leila Diniz trouxe à luz do dia comportamentos, valores e ideias já existentes, mas que eram vividos como estigmas. Não à toa ela é considerada uma feminista intuitiva, que influenciou decisivamente as novas gerações.

Sem bandeiras políticas e sem violência, ela simbolizou as radicais transformações da condição feminina que ocorreram no Brasil na segunda metade do século passado.

Leila Diniz disse: "Meio inconscientemente, me tornei mito e ídolo, ou mulher símbolo da liberdade, pregadora mor do amor livre. Muita gente não entende o que é isso. Só quero que o amor seja simples, honesto, sem os tabus e fantasias que as pessoas lhe dão".

Em março de 1994 defendi a minha tese de doutorado "Toda mulher é meio Leila Diniz". Vinte anos depois, Leila ainda me acompanha, me ilumina e me inspira, com sua alegria, liberdade e irreverência.

Em 25 de março de 2014, Leila Diniz completaria 69 anos. Ela morreu em um acidente aéreo, em 14 de junho de 1972, aos 27 anos.

Por que falar de Leila Diniz quando se comemora o Dia da Mulher?

Porque quero que as novas gerações saibam que, mesmo inconscientemente, somos "meio Leila Diniz" quando exercemos, em nosso cotidiano, muitas das conquistas de Leila e de sua geração: somos mais livres, temos mais prazer e lutamos pelos nossos desejos.

E saibam que também estamos muito longe de ser "meio Leila Diniz", pois não conseguimos ser tão livres, corajosas e verdadeiras como ela foi em sua breve e bela vida.

Viva Leila Diniz!Viva a liberdade da mulher brasileira!


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