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Áudio mostra piloto tranquilo antes da queda

Cinco dias antes do acidente, comandante do avião disse em rede social estar 'cansadaço' por excesso de trabalho

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CURITIBA

Gravação de conversa entre a cabine do avião que levava Eduardo Campos e a Base Aérea de Santos, pouco antes da tragédia, mostra um dos pilotos da aeronave informando tranquilamente que faria nova tentativa de aterrissagem, após o pouso ter sido abortado.

Na gravação, divulgada pelo site Radar Box Brasil, que monitora conversas entre aeronaves e controladores de voo, o piloto não se queixa de problemas no avião. Mas não está claro se esse foi o último contato com a base.

De acordo com a Aeronáutica, a aeronave arremeteu em razão do mau tempo. Havia chuva, vento e visibilidade baixa no momento da queda. Porém, o avião estava dentro dos parâmetros exigidos para pousar ali.

A arremetida é um procedimento de segurança quando o piloto vê diante de si alguma condição que ponha em risco a aterrissagem --o mau tempo, velocidade ou altitudes acima das preconizadas, por exemplo.

A FAB iniciou a investigação do acidente tão logo ele foi confirmado. Dez peritos foram ao local coletar dados, depoimentos e destroços.

Os técnicos irão apurar se houve falha mecânica, erro dos pilotos ou ambos --em geral, acidentes são causados por um somatório de fatores.

A caixa-preta, que registra as conversas na cabine, foi achada e remetida para Brasília para análise, que não tem prazo para ser concluída.

Será possível descobrir, por exemplo, se o piloto fez algum aviso de problema técnico após o áudio já divulgado.

'CANSADAÇO'

Cinco dias antes do acidente, o comandante Marcos Martins, 42, se queixou em uma rede social da excessiva carga de trabalho."Cansadaço voar voar e voar. E amanhã tem mais. Recife", escreveu ele, dia 8, no Facebook.

Três dias antes, ele publicou que estava "trabalhando pesado": "Tempinho bom para dormir, afinal isto não me pertence mais. Working hard [trabalhando duro]."

O avião, com a capacidade para transportar dez passageiros, estava em dia com o certificado que lhe permite voar e com a inspeção anual de manutenção, diz a Anac.

Em 16 de junho, em Londrina, uma falha havia impedido o avião de decolar.

Piloto e copiloto tinham licenças válidas.

Especialistas em aviação dizem que o mau tempo pode ter levado o piloto a se desorientar entre as nuvens e perder altitude, embora os equipamentos a bordo lhe permitissem ter esse dado.

Pedestres viram o avião pegar fogo antes de cair; as duas turbinas também foram recolhidas, de modo a apurar se elas falharam.

A identificação das vítimas será por DNA, pela Polícia Científica de São Paulo e pela Polícia Federal. Isso porque, em razão do forte impacto, os corpos foram mutilados e não é possível reconhecê-los.


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