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CBF tenta o resgate de R$ 30 mi do Banco Rural
FINANÇAS
Valor retido representa metade do lucro da entidade em 2012
A CBF tem ao menos R$ 30 milhões retidos no Banco Rural. O valor representa mais da metade do lucro da entidade no ano passado, primeiro ano da gestão de José Maria Marin, de R$ 55 milhões.
A liquidação do banco na semana passada deflagrou uma crise na confederação. O diretor financeiro Antonio Osório e o tesoureiro Ariberto dos Santos foram afastados por Marin.
Eles usavam o banco para fazer operações cambiais da CBF havia mais de dez anos. O Rural ficou conhecido por operar contas do mensalão, esquema de corrupção de congressistas pelo governo.
A cúpula da CBF avaliou que os funcionários poderiam ter resgatado o valor antes da liquidação do banco. Executivos do Rural disseram que foram surpreendidos pela decisão do Banco Central.
Agora, a entidade negocia a liberação do dinheiro, que não tem prazo para ocorrer.
Osório e Santos eram homens de confiança do ex-presidente da confederação Ricardo Teixeira. No pacto firmado entre o ex-cartola e Marin, que o substituiu em março de 2012, todos os dirigentes ficariam nos cargos.
Dentro da CBF, Osório é um dos mais próximos aliados do ex-presidente, que hoje mora em Miami. Ele liga regularmente para Teixeira e passou férias com ele nos EUA.
Apesar de Marin ter ficado descontente com a gestão financeira dos dois, ele preferiu não demiti-los. Avaliou que ambos, que conhecem as contas da entidade, poderiam atrapalhar o processo eleitoral se saíssem.
Em abril, a CBF fará nova eleição. O vice-presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, é candidato. Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians, tenta viabilizar uma chapa de oposição.
A CBF não comentou o motivo do afastamento dos funcionários. Em nota, afirmou que "as medidas administrativas devem permanecer no âmbito interno da entidade".
Com o afastamento, o secretário-geral da entidade, Júlio César Avelleda, vai acumular o cargo de Osório.