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COI pede explicação à Rússia sobre lei antigay
SOCHI-14
Comitê tem dúvida na tradução da legislação que proíbe propaganda homossexual no país
O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou ontem que a Rússia deve explicações sobre como irá implementar uma recente lei que proíbe a apologia da homossexualidade e qual será o impacto da legislação sobre a Olimpíada de Inverno de 2014, em Sochi.
A lei, promulgada em junho pelo presidente Vladimir Putin, pune qualquer propaganda homossexual que possa ser vista por menores de 18 anos. Estrangeiros podem ser multados, presos por 15 dias e até expulsos do país.
O presidente do COI, Jacques Rogge, disse que o comitê precisa de esclarecimentos sobre a tradução da legislação para o inglês, pois há dúvidas que dizem respeito "a uns dois parágrafos".
"Ainda há incertezas, e decidimos pedir mais esclarecimentos antes de julgar", afirmou Rogge sem dar prazo.
O COI disse ter recebido garantias da Rússia e não pressionou as autoridades do país antes de a legislação ser aprovada. Preferiu o silêncio.
"Deveria ter tido, antes de tudo, comunicações alarmantes do COI em relação à lei. Até onde sei, não houve isso", disse Minky Worden, diretora de iniciativas globais e especialista em direitos humanos, ao jornal americano "The New York Times".
Anteontem, o ministro russo do Esporte, Vitali Mutko, disse que é "claro que é preciso respeitar as leis do país onde você está", mas ressaltou que a Constituição se sobrepõe ao garantir a privacidade das pessoas.
A aprovação da lei levou alguns grupos a proporem um boicote aos Jogos. Uma petição publicada na internet pedindo a revogação da legislação, e já com quase 350 mil assinaturas, foi entregue a oficiais do COI na sede da entidade, na Suíça.
O presidente dos EUA, Barack Obama, manifestou preocupação, mas descartou a ideia de um boicote ao evento esportivo russo.