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Paulo Vinícius Coelho

Campo novo

A partir de hoje, Neymar terá o que procurou. Tocará a bola para Messi e a receberá de Iniesta

Neymar começa a viver hoje, com Messi, uma situação que para jogadores brasileiros só teve similar no Napoli de Maradona e Careca. Em setembro de 1987, o melhor jogador do mundo da época passou a formar dupla de ataque com o centroavante apontado --no Brasil-- como segundo no ranking dos craques.

Nem Pelé e Garrincha jogaram juntos no mesmo clube. Entre os eleitos pela Fifa, Zidane e Figo foram os dois melhores em 2001, Messi e Iniesta em 2010.

Careca e Maradona são amigos até hoje, mas não foram felizes para sempre. Na primeira temporada, nem sequer foram campeões italianos, o mais badalado campeonato europeu no fim dos anos 80.

Naquele tempo, Careca recebeu a camisa 7, porque a 9 era do italiano Giordano e a 10 nem se discutia --era Maradona.

Hoje, Neymar fará sua estreia no Campeonato Espanhol contra o Levante. Vestirá a camisa 11 e talvez comece no banco de reservas --o técnico Gerardo Martino estuda sua condição física.

Neymar não corre o risco da prepotência que atrapalhou Robinho na Espanha. "Aqui é o melhor do mundo do ano que vem", dizia o recado de sua secretária eletrônica quando chegou ao Real Madrid.

Dos cinco brasileiros escolhidos como melhor do planeta, quatro jogaram pelo Barcelona --Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho. Nem eles nem Kaká demoraram menos de dois anos na Europa para chegarem ao trono. O recordista Ronaldo estreou no PSV em agosto de 1994, foi eleito em dezembro de 1996. Romário demorou seis anos.

Há muitas diferenças entre Brasil e Europa.

Há um ano, Neymar estava na Vila Belmiro enfrentando o Corinthians diante de 12 mil torcedores. Hoje, estreia no Camp Nou com 90 mil pessoas cantando seu nome. Tocará a bola para Messi e a receberá de Iniesta.

A partir de hoje, Neymar terá o que procurou. Jogará num campeonato de altíssimo nível, num time com 76 mil pessoas de público médio, num campeonato onde 29 mil pessoas em média assistem aos jogos. Receberá salário de € 7 milhões anuais, menos do que recebeu no Brasil em 2012.

Seu novo time, o Barcelona, foi campeão ano passado com cem pontos, 24 a mais do que terceiro colocado, o Atlético de Madri --com Neymar, o Santos ficou a 24 pontos do campeão no último Brasileirão, em oitavo lugar.

O Real Madrid, vice-campeão em maio, ficou 15 pontos atrás do Barcelona.

A Espanha adoraria ter o equilíbrio do Brasil. O Brasil adoraria ter o campeonato da Espanha. Se tivesse, Neymar estaria na Fonte Nova hoje à tarde, no Bahia x Santos.

Neymar ainda não chegou aonde quer chegar. Mas, a partir de hoje, estará no ambiente que pode levá- -lo até lá.


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