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Juca Kfouri
A bela Copa do Brasil
O torneio em mata-mata entra em sua fase nervosa para animar o segundo semestre do futebol
MATA-MATA é uma delícia e tem sua hora, como na Libertadores e na Copa do Brasil --tomara que nunca mais no Brasileirão.
O torneio continental já tem dono com o título inédito do Galo, que também pode ganhar a Copa do Brasil pela primeira vez, já que a possibilidade de sair da fila no Brasileirão, que o teve como primeiro vencedor, parece impossível.
Dos gigantes brasileiros só faltará o São Paulo, que vive momentos de anão, mas que terá na Sul-Americana a chance de voltar à Libertadores e salvar o ano. Mesmo caminho que o Coritiba escolheu por avaliar como menos difícil depois de ser bi-vice-campeão da Copa do Brasil.
Daqui a uma semana conheceremos os oito times que disputarão as quartas de final nas duas últimas semanas de outubro, quando não será surpresa se pelo menos quatro desses clubes privilegiarem o torneio diante da dificuldade em entrar no G4 do Brasileirão.
Porque, talvez por puro masoquismo, a Libertadores continua como maior objeto de desejo de todos, principalmente de Botafogo e Fluminense, os únicos gigantes que não a conquistaram. As semifinais e finais estão marcadas para os meios de semana de novembro.
O Vasco já confirmou seu favoritismo nas oitavas ao passar, com sofrimento, pelo Nacional manauara, o Corinthians, ridículo, não confirmou o seu contra o Luverdense, e o Inter provavelmente confirmará o dele hoje, contra o Salgueiro.
Curtir a Copa do Brasil é um jeito também de o torcedor disfarçar a tensão, o enfado ou o aborrecimento com o desempenho de seu time no Brasileirão.
FUTEBOLÊS
De vez em quando surgem palavras novas no futebol. Intensidade tem sido uma delas, usada intensamente. Mas a predileta continua sendo "essa bola".
É um tal de pegar essa bola, passar essa bola, chutar essa bola, que, em casa, o telespectador fica na dúvida: mas por que "essa bola"? Teria outra bola?
Se não, e parece que os jogos continuam intensamente disputados com apenas uma bola, por que não chamá-la simplesmente como sempre ela foi chamada: a bola?
Pegar a bola, passar a bola, chutar a bola... A bola merece. O telespectador também.
INCONCILIÁVEIS
Se Tite fosse técnico do Barcelona e deixasse Neymar no banco estaria perdido. Se deixasse Messi só sete minutos ao lado do brasileiro em sua estreia oficial, então é que o mundo cairia.
Porque ele já apanhou dos marqueteiros por deixar Pato na reserva e por ter levado o lateral Igor para o Mundial de Clubes na Ásia e deixado o chinês Zizao aqui.
Marqueteiros e técnicos vivem às turras, mas dura mesmo deve ser a vida dos primeiros na Espanha. Porque, se por aqui não temos nada parecido com o Barcelona, pelo menos não temos nenhum Levante. Ou temos em Santos?