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Foco

Motoboy e gerente de bufê vai ao Chile e leva o bronze na luta livre

PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

Wellington Silva conquistou ontem a medalha de bronze na categoria até 57 kg da luta livre nos Jogos Sul-Americanos de Santiago, no Chile.

Mas o esporte ocupa apenas um pequeno espaço de sua vida. Wellington, 35, é motoboy, professor, gerente de bufê infantil e pai de duas filhas na maior parte do tempo.

A rotina dele se desenha, mais ou menos, assim: acorda às 6h, leva a filha para a escola e segue para a farmácia onde trabalha como motoboy.

Faz mais de 20 entregas até a hora do almoço quando aí, de fato, o carioca "vira atleta".

Wellington treina na sede da CBLA (Confederação Brasileira de Lutas Associadas) por cerca de duas horas, toma banho e volta ao batente nas entregas. Pensa que acabou?

Longe disso. Das 19h às 21h, dá aulas do esporte que pratica em uma academia.

"Eu tenho a Bolsa Atleta, mas não consigo me manter sem trabalhar. É uma pena, pois se treinasse mais teria mais chances mundo afora."

Ele não nega que a rotina, que já leva há alguns anos, seja cansativa. Mas o "relacionamento" de 18 anos com a luta livre o impede de parar --mesmo que a atenção dedicada ao esporte gere constantes questionamentos de sua mulher, Danielle, com quem é casado há 16 anos.

"Ela reclama, porque pouco a vejo. Mas é uma grana que, se não entra, faz falta."

Ele tenta compensar a ausência aos finais de semana, quando também ajuda Danielle no bufê infantil dela.

Como não poderia deixar de ser, a vinda para os Jogos Sul-Americanos também teve um quê de drama. Para não perder o emprego, Wellington pagou um aluno para fazer as entregas que lhe cabiam.

"Eu converso com meu patrão, e ele deixa alguém me substituir. Mas nem sempre pega bem. Vou levando enquanto conseguir", afirmou.

Ele espera que esse sacrifício todo o leve aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.


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