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'Não quero mais jogar na Europa', diz o convocado Gil

CORINTHIANS Destaque, zagueiro jogou na França por cerca de um ano

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Para Gil, 27, o chamado da seleção não é uma plataforma para voltar à Europa.

Convocado pela primeira vez na carreira, vai defender o Brasil contra Colômbia e Equador, em setembro. Ele sabe que estar na lista de Dunga significa viver sob os holofotes de times europeus.

"Eu não quero mais jogar na Europa. Estou bem no Corinthians. Prefiro ganhar um pouco menos e continuar feliz como estou", afirmou, em entrevista à Folha.

É reação inesperada no mundo do futebol. Mas agir diferente dos outros parece estar no sangue.

Após ter sido convocado, Gil chegou em casa na expectativa de dar a notícia para o filho Carlos, 4, que ele chama de Gilzinho.

"Ele não deu muita atenção", conta o zagueiro, sorrindo. "Não tem dimensão das coisas. Para ele, o Corinthians é mais importante."

Gil não rejeita a volta à Europa por causa de atrasos de salários. Passou pelo Valenciennes (FRA) entre 2011 e 2012 e ficou traumatizado pelo que define como "promessas não cumpridas".

"Quebraram a palavra em várias coisas. Um exemplo é apartamento. Garantiram que teríamos um assim que chegasse. Mas eu, minha mulher e meu filho ficamos dois meses em um quarto de hotel com dez malas", lembra.

Vestir a camisa amarela é mais um passo para chamar a atenção de outra pessoa. Um dos orgulhos do defensor por estar no clube paulista é ter, enfim, despertado a atenção do pai, Nelson José, 58.

Ele nunca havia dado muita bola para as partidas de Gil. Nem nas categorias de base, nem na profissionalização no Americano-RJ. Nem mesmo quando foi comprado pelo Valenciennes.

"Agora que estou no Corinthians, ele assiste a tudo, vai ao estádio. Talvez ele achasse que minha carreira não ia dar em nada", especula, sem ter resposta definitiva.

Por via das dúvidas, após cada jogo, telefona para a casa dos pais, em Campos dos Goytacazes (232 km do Rio). Quer saber se a mãe, Elizabeth, e o pai viram tudo.

Inclusive os gols. Depois de passar em branco em 2013 e ouvir cobranças de Gilzinho, o zagueiro já anotou quatro vezes na atual temporada.

Gil tem tatuagens espalhadas pelo corpo. O salmo 91 no antebraço direito. A oração "Pai Nosso" nas costas. Também colocou na pele o nome da mãe, o do filho... Não o do seu Nelson, por enquanto.


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