RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Geninho deixará de ser hoje o único alvo da diretoria do Corinthians. Na partida contra o Atlético-MG, às 16h, em Belo Horizonte, pela primeira vez ele vai dividir com os jogadores a pressão que vem sofrendo.
Agora a cúpula corintiana não culpa só o treinador pelos maus resultados da equipe, que quinta-feira perdeu para o Figueirense no Pacaembu, e não consegue se aproximar dos líderes.
"Alguns jogadores não estão rendendo o que podem", afirmou o vice Antonio Roque Citadini, sem citar nomes.
Publicamente, as críticas aos atletas são mais suaves do que as feitas ao treinador. Gil, Kléber e Liedson são os que mais irritam os dirigentes. Os novatos que atuam nas posições deles têm sido elogiados. São os casos do lateral Fininho e do atacante Wilson.
Fininho jogou contra o Figueirense porque Kléber, que volta hoje, estava suspenso. Wilson entrou no segundo tempo.
Se os titulares voltarem a decepcionar hoje, Geninho ou seu substituto, se ele for demitido, será pressionado a tirá-los do time.
As cobranças em cima dos titulares não partem só da diretoria.
A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada corintiana, cobra Liedson, que não faz um gol desde 29 de junho. Para os torcedores, o atacante estaria mais interessado em se transferir do que em jogar.
A organizada também criticou Gil, sem marcar desde 6 de junho (3 a 1 para o Atlético-PR), e Fabrício, Pingo e Renato, que estariam abusando das noitadas.
A situação de Geninho pode parecer menos desconfortável hoje para quem admitiu pensar em pedir demissão na quinta-feira, mas recebeu o apoio de Citadini para ficar. Porém o dirigente não assegura que ele ficará no cargo caso volte a perder para o Atlético-MG.
"No futebol, precisamos estar preparados para tudo. Só posso dizer que o time precisa reagir. Quero ver a equipe ganhando", afirmou o vice de futebol.
"Existe a pressão de conselheiros, mas não tenho motivos para desconfiar do Citadini e achar que ele quer me mandar embora do Corinthians", disse Geninho.