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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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Iatista ganha tricampeonato pan-americano e é o terceiro brasileiro a atingir feito e prova individual dos Jogos

Tri, Scheidt deixa os rivais velejarem hoje

EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO

ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO

Os atletas da classe laser disputam hoje as duas últimas regatas do Pan. Pela primeira vez, prevêem uma luta equilibrada pela primeira colocação. Motivo: Robert Scheidt não estará na prova.
Ontem, um dia antes do término das competições, o brasileiro ratificou sua hegemonia e obteve o tricampeonato dos Jogos -havia triunfado em Mar Del Plata-95 e Winnipeg-99. Mais: venceu as 10 regatas que disputou e obteve sua melhor performance em Pans.
"É impossível competir com ele. Todos aqui sabem. O título já tinha dono muito antes de começar o Pan", disse o cubano Jose Antonio Urbai, um dos rivais de Scheidt em Santo Domingo.
O iatista entrou para um seleto grupo, o dos brasileiros que subiram três vezes consecutivas ao lugar mais alto do pódio em disputas individuais. Assim, igualou o feito de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo (1951, 1955 e 1959) e de Eronilde Nunes nos 400 m com barreiras (1991, 1995 e 1999).
"Fiz um campeonato impecável. Tudo deu certo. Percebo que estou no meu auge, com muita experiência e um ótimo vigor físico", disse o velejador de 30 anos.
Os adversários que o digam. É o caso do dominicano Andre Martinie, o mais velho dos que disputam a laser. Logo após o término das provas, ele fez questão de cumprimentar Scheidt. "Quase não vimos ele hoje. Scheidt é muito rápido e consistente. Sempre fica lá na frente. Agora que ele já ganhou, vamos ter duas regatas com um pouco de briga pelo primeiro lugar", afirmou Martinie, 46.
Pelo currículo que o brasileiro ostenta, competir no Pan não parece ser uma tarefa empolgante. Mas só parece. Hexacampeão mundial da laser e dono de duas medalhas olímpicas, Scheidt explica que as regatas serviram como treino para Atenas-2004.
"As condições desse Pan lembram muito as da baía onde serão realizadas as competições na Olimpíada. O que eu fiz aqui vai me dar muita confiança para as próximas competições", disse.
Sua cabeça, aliás, já está focada na Olimpíada. No próximo dia 20, Scheidt começa a disputar uma prova em Atenas que vai simular as condições do evento de 2004.
Ouro nos Jogos de Atlanta-96, o brasileiro disputou ponto a ponto o bicampeonato em Sydney-00, mas, na última regata, não conseguiu superar o inglês Ben Ainslie.
"Essa é minha vantagem. Sei o que é ganhar e também sei o que é perder. Por isso vou seguindo no que faço e consigo manter o pique em todas as competições."
Antes do início do Pan, ele foi chamado pelo técnico Bernardinho, da seleção de vôlei masculino, para ensinar o segredo para permanecer tanto tempo no topo.
Só que Scheidt já pensa em mudar de rumo. Após a Olimpíada, ele tem planos de deixar o pequeno barco que já lhe rendeu tantas conquistas para se aventurar em ouras classes. "Quero mostrar meu valor em outras categorias também", contou. Os adversários, principalmente os deste Pan, agradecem.(EO, GR e JCA)

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