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Iatista ganha tricampeonato pan-americano e é o terceiro brasileiro a atingir feito e prova individual dos Jogos
Tri, Scheidt deixa os rivais velejarem hoje
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO
Os atletas da classe laser disputam hoje as duas últimas regatas
do Pan. Pela primeira vez, prevêem uma luta equilibrada pela
primeira colocação. Motivo: Robert Scheidt não estará na prova.
Ontem, um dia antes do término das competições, o brasileiro
ratificou sua hegemonia e obteve
o tricampeonato dos Jogos -havia triunfado em Mar Del Plata-95
e Winnipeg-99. Mais: venceu as 10
regatas que disputou e obteve sua
melhor performance em Pans.
"É impossível competir com ele.
Todos aqui sabem. O título já tinha dono muito antes de começar
o Pan", disse o cubano Jose Antonio Urbai, um dos rivais de
Scheidt em Santo Domingo.
O iatista entrou para um seleto
grupo, o dos brasileiros que subiram três vezes consecutivas ao lugar mais alto do pódio em disputas individuais. Assim, igualou o
feito de Adhemar Ferreira da Silva
no salto triplo (1951, 1955 e 1959) e
de Eronilde Nunes nos 400 m com
barreiras (1991, 1995 e 1999).
"Fiz um campeonato impecável. Tudo deu certo. Percebo que
estou no meu auge, com muita
experiência e um ótimo vigor físico", disse o velejador de 30 anos.
Os adversários que o digam. É o
caso do dominicano Andre Martinie, o mais velho dos que disputam a laser. Logo após o término
das provas, ele fez questão de
cumprimentar Scheidt. "Quase
não vimos ele hoje. Scheidt é muito rápido e consistente. Sempre fica lá na frente. Agora que ele já ganhou, vamos ter duas regatas com
um pouco de briga pelo primeiro
lugar", afirmou Martinie, 46.
Pelo currículo que o brasileiro
ostenta, competir no Pan não parece ser uma tarefa empolgante.
Mas só parece. Hexacampeão
mundial da laser e dono de duas
medalhas olímpicas, Scheidt explica que as regatas serviram como treino para Atenas-2004.
"As condições desse Pan lembram muito as da baía onde serão
realizadas as competições na
Olimpíada. O que eu fiz aqui vai
me dar muita confiança para as
próximas competições", disse.
Sua cabeça, aliás, já está focada
na Olimpíada. No próximo dia 20,
Scheidt começa a disputar uma
prova em Atenas que vai simular
as condições do evento de 2004.
Ouro nos Jogos de Atlanta-96, o
brasileiro disputou ponto a ponto
o bicampeonato em Sydney-00,
mas, na última regata, não conseguiu superar o inglês Ben Ainslie.
"Essa é minha vantagem. Sei o
que é ganhar e também sei o que é
perder. Por isso vou seguindo no
que faço e consigo manter o pique
em todas as competições."
Antes do início do Pan, ele foi
chamado pelo técnico Bernardinho, da seleção de vôlei masculino, para ensinar o segredo para
permanecer tanto tempo no topo.
Só que Scheidt já pensa em mudar de rumo. Após a Olimpíada,
ele tem planos de deixar o pequeno barco que já lhe rendeu tantas
conquistas para se aventurar em
ouras classes. "Quero mostrar
meu valor em outras categorias
também", contou. Os adversários, principalmente os deste Pan,
agradecem.(EO, GR e JCA)
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