São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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Corinthians troca estrelas e gols por topo e recorde

Clube, que até a 6ª rodada ocupava a vice-liderança, iguala a menor média de gols sofridos da história do Brasileiro

Ataque atual não consegue fazer sombra ao do time de 2006, mas zaga vira ponto forte do modesto conjunto montado por Carpegiani

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

As estrelas foram trocadas por jogadores comuns. Os gols do ano passado escassearam, mas a defesa atual ostenta a menor média de gols sofridos da história do Brasileiro.
O resultado disso: mais pontos, invencibilidade e uma paz incomum no sempre turbulento Parque São Jorge.
Nas seis primeiras rodadas do Brasileiro-06, os corintianos ainda contavam com a raça de Tevez, a velocidade de Nilmar e a habilidade de Ricardinho, mas o time não engrenou na tabela. Com seus medalhões, o clube encerrou a sexta rodada apenas na nona posição, com três vitórias e três derrotas.
Nesses duelos, o time marcou 12 vezes, mas o problema era a defesa, que levou 11 gols. Está aí a diferença do Corinthians milionário de 2006 para o modesto time do técnico Carpegiani: o setor defensivo.
A equipe do goleiro Felipe e do zagueiro Zelão tem claras deficiências ofensivas, compensadas até agora por um sólido sistema de marcação que lhe garantia, até o início desta rodada, a segunda posição no Brasileiro, com 12 pontos e três vitórias e três empates. O Corinthians não atua neste final de semana devido ao adiamento do jogo contra o Botafogo, que seria ontem no Maracanã -o estádio foi fechado para o Pan
Enquanto o ataque balançou as redes só sete vezes, a defesa sofreu apenas dois gols.
A média, de 0,33 por partida, é a melhor da história do Brasileiro, ao lado da do São Paulo, e se iguala também à do Palmeiras campeão nacional em 1973.
A melhora, diz Carpegiani, deve-se a um rearranjo tático e, claro, às mudanças nas peças.
O único sobrevivente no setor do time do ano passado é o capitão Betão, que ganhou a companhia do goleiro Felipe, dos laterais Pedro e Marcelo Oliveira e também dos zagueiros Zelão e Fábio Ferreira.
"Modestamente, acho que é insistência, treino. É mostrar como atua o lateral, diferentemente do ala. É ensinar o posicionamento do zagueiro para ele não errar. E como fazer bem a cobertura", diz Carpegiani.
Até agora ele escalou o time no sistema 3-5-2, que, segundo ele, não é o seu predileto. "Por necessidade", repete o treinador, ciente de que tem uma equipe que não pode se expor.
Agora, afirma o técnico, a meta é ajustar o setor ofensivo. "Temos que ter o mesmo comportamento do meio-campo para a frente, onde ainda temos dificuldades", diz Carpegiani.
Dos sete gols corintianos, os atacantes contribuíram com três -dois de Finazzi e um de Everton Santos. "Estou incomodado por só ter feito apenas um gol aqui. Atacante vive de gol, ainda mais em um time como o Corinthians, que você é cobrado sempre", diz o atacante corintiano, que disputou todos os jogos no Brasileiro.
Mesmo assim, quem está por cima elogia os que ainda não se acertaram. "A marcação que começa lá na frente tem ajudado muito o nosso sistema defensivo", diz o goleiro Felipe.


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