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Corinthians troca estrelas e gols por topo e recorde
Clube, que até a 6ª rodada ocupava a vice-liderança, iguala a menor média de gols sofridos da história do Brasileiro
Ataque atual não consegue fazer sombra ao do time de 2006, mas zaga vira ponto forte do modesto conjunto montado por Carpegiani
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
As estrelas foram trocadas
por jogadores comuns. Os gols
do ano passado escassearam,
mas a defesa atual ostenta a
menor média de gols sofridos
da história do Brasileiro.
O resultado disso: mais pontos, invencibilidade e uma paz
incomum no sempre turbulento Parque São Jorge.
Nas seis primeiras rodadas
do Brasileiro-06, os corintianos
ainda contavam com a raça de
Tevez, a velocidade de Nilmar e
a habilidade de Ricardinho,
mas o time não engrenou na tabela. Com seus medalhões, o
clube encerrou a sexta rodada
apenas na nona posição, com
três vitórias e três derrotas.
Nesses duelos, o time marcou 12 vezes, mas o problema
era a defesa, que levou 11 gols.
Está aí a diferença do Corinthians milionário de 2006 para
o modesto time do técnico Carpegiani: o setor defensivo.
A equipe do goleiro Felipe e
do zagueiro Zelão tem claras
deficiências ofensivas, compensadas até agora por um sólido sistema de marcação que lhe
garantia, até o início desta rodada, a segunda posição no Brasileiro, com 12 pontos e três vitórias e três empates. O Corinthians não atua neste final de
semana devido ao adiamento
do jogo contra o Botafogo, que
seria ontem no Maracanã -o
estádio foi fechado para o Pan
Enquanto o ataque balançou
as redes só sete vezes, a defesa
sofreu apenas dois gols.
A média, de 0,33 por partida,
é a melhor da história do Brasileiro, ao lado da do São Paulo, e
se iguala também à do Palmeiras campeão nacional em 1973.
A melhora, diz Carpegiani,
deve-se a um rearranjo tático e,
claro, às mudanças nas peças.
O único sobrevivente no setor do time do ano passado é o
capitão Betão, que ganhou a
companhia do goleiro Felipe,
dos laterais Pedro e Marcelo
Oliveira e também dos zagueiros Zelão e Fábio Ferreira.
"Modestamente, acho que é
insistência, treino. É mostrar
como atua o lateral, diferentemente do ala. É ensinar o posicionamento do zagueiro para
ele não errar. E como fazer bem
a cobertura", diz Carpegiani.
Até agora ele escalou o time
no sistema 3-5-2, que, segundo
ele, não é o seu predileto. "Por
necessidade", repete o treinador, ciente de que tem uma
equipe que não pode se expor.
Agora, afirma o técnico, a
meta é ajustar o setor ofensivo.
"Temos que ter o mesmo comportamento do meio-campo
para a frente, onde ainda temos
dificuldades", diz Carpegiani.
Dos sete gols corintianos, os
atacantes contribuíram com
três -dois de Finazzi e um de
Everton Santos. "Estou incomodado por só ter feito apenas
um gol aqui. Atacante vive de
gol, ainda mais em um time como o Corinthians, que você é
cobrado sempre", diz o atacante corintiano, que disputou todos os jogos no Brasileiro.
Mesmo assim, quem está por
cima elogia os que ainda não se
acertaram. "A marcação que
começa lá na frente tem ajudado muito o nosso sistema defensivo", diz o goleiro Felipe.
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