São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Carros dominam patrocínio na JH

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de troféus, bichos e valorização, o time que vencer este ano a Copa João Havelange poderá incluir na sua premiação carros. O motivo é simples: cinco das 16 equipes que disputam as oitavas-de-final do torneio são patrocinadas por montadoras.
Fiat e General Motors monopolizam as aparições, já que cada uma tem sua marca estampada nas camisas de dois clubes.
Cruzeiro e Bahia são patrocinados pela Fiat. Internacional e Grêmio, pela GM. O quinto time é o azarão Malutrom, que tem contrato com a francesa Renault.
Apesar de o fenômeno levar a crer que as empresas do setor resolveram eleger o futebol como veículo de marketing da vez, a realidade mostra que não é exatamente assim.
A Fiat, por exemplo, usa estratégias diferentes de acordo com o clube. Em Minas, Estado onde está instalada uma fábrica da montadora, o objetivo é criar uma imagem de simpatia para a população. "Não buscamos visibilidade da marca nem marketing direto, mas uma forma de aproximação da comunidade", explica Marco Antônio Lage, diretor de comunicação da Fiat.
Dessa forma, a empresa não patrocina apenas o Cruzeiro, mas também Atlético-MG e América-MG. "Não é uma regra, mas é preferencial que o patrocínio seja dado aos maiores times do Estado. Se você está em apenas uma torcida, pode ter um nível de antipatia do outro lado", afirma Lage.
A tática é a mesma da GM no Rio Grande do Sul, onde Inter e Grêmio têm feito juntos propaganda dos carros da empresa, que tem uma montadora no Estado.
Também com o Malutrom vale a política de boa vizinhança: o clube manda os seus jogos na cidade de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde está a fábrica da Renault.
A exceção à regra é o Bahia, o outro patrocinado da Fiat na segunda fase da JH.
A empresa inaugurou recentemente uma grande concessionária no Estado, onde tem uma participação menor do que a que ostenta no mercado nacional.
Uma mostra concreta de que o investimento é passageiro, a maioria desses contratos se encerrará no final deste ano.
É assim no acordo entre GM, Grêmio e Inter, assinado em 1997 por US$ 7,2 milhões (cerca de US$ 90 mil mensais para cada clube).
Como a ISL, parceira do Grêmio, deverá conseguir um novo patrocinador, a saída da GM também do Inter é quase certa.
No caso da Fiat, os contratos são feitos por torneio, e todos acabam no final da Copa JH.
A relação que se insinua como a mais duradoura é entre Renault e Malutrom, cujo contrato foi iniciado em 1999 e renovado este ano até setembro de 2001.


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