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Carros dominam patrocínio na JH
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de troféus, bichos e valorização, o time que vencer este
ano a Copa João Havelange poderá incluir na sua premiação carros. O motivo é simples: cinco das
16 equipes que disputam as oitavas-de-final do torneio são patrocinadas por montadoras.
Fiat e General Motors monopolizam as aparições, já que cada
uma tem sua marca estampada
nas camisas de dois clubes.
Cruzeiro e Bahia são patrocinados pela Fiat. Internacional e Grêmio, pela GM. O quinto time é o
azarão Malutrom, que tem contrato com a francesa Renault.
Apesar de o fenômeno levar a
crer que as empresas do setor resolveram eleger o futebol como
veículo de marketing da vez, a
realidade mostra que não é exatamente assim.
A Fiat, por exemplo, usa estratégias diferentes de acordo com o
clube. Em Minas, Estado onde está instalada uma fábrica da montadora, o objetivo é criar uma
imagem de simpatia para a população. "Não buscamos visibilidade da marca nem marketing direto, mas uma forma de aproximação da comunidade", explica
Marco Antônio Lage, diretor de
comunicação da Fiat.
Dessa forma, a empresa não patrocina apenas o Cruzeiro, mas
também Atlético-MG e América-MG. "Não é uma regra, mas é preferencial que o patrocínio seja dado aos maiores times do Estado.
Se você está em apenas uma torcida, pode ter um nível de antipatia
do outro lado", afirma Lage.
A tática é a mesma da GM no
Rio Grande do Sul, onde Inter e
Grêmio têm feito juntos propaganda dos carros da empresa, que
tem uma montadora no Estado.
Também com o Malutrom vale
a política de boa vizinhança: o clube manda os seus jogos na cidade
de São José dos Pinhais, região
metropolitana de Curitiba, onde
está a fábrica da Renault.
A exceção à regra é o Bahia, o
outro patrocinado da Fiat na segunda fase da JH.
A empresa inaugurou recentemente uma grande concessionária no Estado, onde tem uma participação menor do que a que ostenta no mercado nacional.
Uma mostra concreta de que o
investimento é passageiro, a
maioria desses contratos se encerrará no final deste ano.
É assim no acordo entre GM,
Grêmio e Inter, assinado em 1997
por US$ 7,2 milhões (cerca de US$
90 mil mensais para cada clube).
Como a ISL, parceira do Grêmio, deverá conseguir um novo
patrocinador, a saída da GM também do Inter é quase certa.
No caso da Fiat, os contratos são
feitos por torneio, e todos acabam
no final da Copa JH.
A relação que se insinua como a
mais duradoura é entre Renault e
Malutrom, cujo contrato foi iniciado em 1999 e renovado este
ano até setembro de 2001.
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