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+ESPORTE - PRATIQUE
Brasil usa Paraolimpíada como isca para descobrir novos atletas
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a campanha do Brasil na
Paraolimpíada de Sydney-2000,
os dirigentes do esporte para
portadores para deficiência acreditam que será mais fácil o surgimento de novos valores.
Para os dirigentes, muitos atletas em potencial não sabiam da
existência de uma categoria específica para deficientes.
Há ainda os deficientes que já
praticam esporte, mas que ficam
restritos às competições para os
chamados "normais".
O CPB (Comitê Paraolímpico
Brasileiro) e outras entidades da
área dizem ter certeza que o desempenho do Brasil em Sydney
incentivou outros portadores de
deficiência à iniciação esportiva.
"Ainda é impossível mensurar
o aumento do número de atletas.
Isso só deve acontecer no ano
que vem, quando tivermos competições", disse o diretor técnico
do CPB, Kléber Veríssimo.
O dirigente afirmou, inclusive,
que participar da Paraolimpíada
de Atenas-2004 não é um sonho
impossível para quem está começando agora.
"Temos muito atletas em potencial, que podem evoluir naturalmente até 2004."
O dirigente citou como exemplo o corredor Antônio Delfino,
medalha de prata nos 400 m rasos em Sydney, a sua primeira
competição internacional.
Para Veríssimo, há tempo para
os novos valores começarem a
despontar já em 2002, quando
acontecem os Mundiais de várias modalidades. "Esses eventos
já serão classificatórios para a
Paraolimpíada de Atenas."
Os atletas que já são esportistas
e medem forças com pessoas
"normais" são outras apostas
dos dirigentes do paradesporto.
Marco William, jogador de futebol PC (paralisados cerebrais),
foi descoberto pelo técnico da seleção brasileira, Paulo da Cruz,
jogando na praia em 1999.
William, titular da equipe medalha de bronze em Sydney, não
sabia que havia tido paralisia cerebral (quando o cérebro fica algum tempo sem receber oxigênio, geralmente no parto), muito
menos que havia competições
específicas para os deficientes.
O nadador Joon Sok Soe, 34,
medalha de prata no revezamento 4 x 50 m livre em Sydney, afirmou que os deficientes também
estão se sentindo mais encorajados a "sair de casa".
"Além de muitas vezes a cidade não ajudar, o deficiente deixava de praticar esporte por preconceito, medo ou insegurança."
O nadador, que é atleta e trabalha como voluntário do Ciedef
(Centro para Integração Esportiva do Deficiente Físico), disse
que a campanha em Sydney está
servindo como alavanca para superar essas barreiras.
Na Paraolimpíada de Sydney,
o Brasil conseguiu 22 medalhas
(6 de ouro, 10 de prata e 6 de
bronze), na melhor campanha
desde Seul-88, quando a competição passou a ser disputada na
mesma cidade da Olimpíada.
E-mail
mais.esporte@uol.com.br
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