|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ricardo Teixeira faz, às portas da eleição na entidade, o primeiro comercial de sua gestão
CBF troca seleção por propaganda sua na TV
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Um singelo desejo de boas-festas da CBF para o torcedor no comercial que estreou no Natal no
horário nobre da Globo faz parte
das novas bases do contrato de
transmissão de jogos da seleção.
A partir de 2003, pela primeira
vez na história, a confederação receberá parte da cota pelos direitos
da seleção em espaço publicitário
na maior rede de TV do país.
Até este ano, a CBF ganhava toda a cota de televisionamento em
dinheiro. Atendendo a pedido da
Globo e com o intuito de melhorar a imagem da entidade, Ricardo Teixeira aceitou que parte do
valor dos jogos fosse pago em inserções comerciais.
Desde o fim das duas CPIs do
Congresso que devassaram a
CBF, o dirigente tem se esforçado
para melhorar sua popularidade.
Bateu o pé para evitar uma virada
de mesa e fez pressão para implantar pela primeira vez o sistema de turno, returno, pontos corridos no Brasileiro. Agora, a seis
meses da eleição presidencial na
entidade, quer usar a TV para
aproximar a CBF do público.
Pesquisa Datafolha realizada
neste mês mostrou que 30% dos
brasileiros querem que o cartola
permaneça na CBF, enquanto
38% querem sua saída.
Apesar de ter dito seguidas vezes que este é seu último mandato, pessoas próximas a Teixeira
apostam que ele se lançará candidato mais uma vez.
As quatro peças publicitárias
exibidas entre quarta e sexta-feira
nos intervalos do "Jornal Nacional" e da novela das oito, dois dos
mais caros espaços da emissora,
foram feitas para quitar uma dívida da TV com a CBF pelos jogos
contra Paraguai e Coréia do Sul.
Segundo dados do mercado publicitário, um comercial de 30 segundos no "JN" vale R$ 184.920.
Como a propaganda da CBF dura
um minuto, a confederação desembolsaria, em tese, R$ 369.840.
Ou seja, pelas três inserções só do
telejornal, teria que pagar R$
1.109.052. O valor é próximo ao
que a TV teria que desembolsar
por jogo da seleção se o contrato
já não tivesse sido renegociado
para baixo -passou de R$ 1,1 milhão para R$ 800 mil por partida.
"Nos contratos dos jogos que
estão sendo negociados parte será
pago em dinheiro e parte em mídia", diz Marcelo Campos Pinto,
diretor-executivo da Globo Esportes. O valor do novo acordo e a
porcentagem dele que será paga
em mídia ainda não estão acertados. A negociação, que englobará
amistosos e jogos do Brasil nas
eliminatórias para a Copa de
2006, deve ser retomada apenas
depois de 4 de janeiro.
O comercial da CBF foi o primeiro já realizado pela confederação, pelo menos desde o início da
gestão Ricardo Teixeira, em 1989.
A peça publicitária veiculada
pela entidade dá como receita para o sucesso da seleção neste ano,
pela ordem, "organização, coragem, talento e determinação".
"Com o anúncio, quisemos celebrar o ano de 2002 como um dos
melhores da história do nosso futebol e agradecer ao povo pelo
apoio. Será o primeiro de muitos", afirmou Teixeira.
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Ganho com transmissões tem caído Índice
|