Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lynch filma com modelo brasileira
A top Raquel Zimmermann é a estrela
de uma publicidade dirigida pelo cineasta
Considerada a brasileira
mais hype do mercado
mundial, a gaúcha deve
participar do Fashion Rio,
que começa hoje
Divulgação/Ten Models
|
A top brasileira Raquel Zimmermann em imagem de campanha publicitária da grife Escada |
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Gisele Bündchen é a brasileira mais poderosa do planeta,
mas, no circuito das passarelas
internacionais, quem domina
as atenções das maiores grifes
de luxo do mercado é a top gaúcha Raquel Zimmermann, 24.
No respeitado ranking de
tops do site Models.com, Raquel é a segunda colocada, perdendo apenas para a australiana Gemma Ward. Na crista do
hype, a loira de olhos azuis e
1,79 m de altura desfila para grifes como Prada, Dior, Balenciaga e Chanel, e coleciona convites para campanhas publicitárias: em seu mais recente filme
comercial (o nome da marca
não pode ser revelado, por
questões contratuais) foi dirigida por ninguém menos que o
cineasta David Lynch.
Raquel tem uma participação especial prevista para o
desfile da Animale, no Fashion
Rio, que começa hoje. De Nova
York, falou à Folha sobre sua
carreira e sobre a experiência
de ser dirigida por Lynch. Confira a seguir.
FOLHA - Como é o filme que você
fez com David Lynch?
RAQUEL ZIMMERMANN - Imagine
detalhes arquitetônicos de um
prédio incrível em Paris. Quartos foram criados exclusivamente para a filmagem. Eu trabalhei diretamente com David
Lynch. Ele segurava uma câmera, e um fotógrafo, outra. Ele
me explicou pessoalmente o tipo de emoção que ele gostaria
que eu transmitisse para a câmera. Foi ótimo, a melhor experiência profissional que tive!
FOLHA - Como você o descreveria?
RAQUEL - Ele é uma pessoa única e com uma visão de mundo
que se manifesta no seus filmes
de um jeito excêntrico. Como
pessoa, é calmo e simpático.
FOLHA - Vocês chegaram a conversar sobre outras coisas, mantiveram
contato depois disso? Você gostaria
de fazer cinema?
RAQUEL - Nas horas livres, tive a
chance de conversar com ele
sobre a sua fundação The David
Lynch Foundation for Consciousness-based Education
and World Peace (fundação
David Lynch para a educação
consciente e paz mundial), onde eles promovem o uso de meditação transcendental em escolas do mundo inteiro, incluindo o Brasil.
FOLHA - Por que você acha que se
tornou uma das dez modelos mais
destacadas no momento?
RAQUEL - Muitas pessoas do
meio da moda me dizem que o
meu diferencial não está na minha aparência, mas sim na maneira como eu trabalho.
FOLHA - Em que as modelos brasileiras se distinguem das modelos de
outros países?
RAQUEL - Acho que é o jeito de
se movimentar. As brasileiras
têm uma maneira única de andar e são carismáticas.
FOLHA - A era Gisele já passou?
RAQUEL - A Gisele esteve, está e
sempre estará em vigência porque ela é única.
FOLHA - Qual foi o maior mico que
você pagou no início de carreira?
RAQUEL - Na primeira vez que
trabalhei com Steven Meisel,
eu quase não falava inglês e, por
isso, não entendia o que ele estava falando. Foi o maior mico!
FOLHA - O que você mudaria no
mundo da moda?
RAQUEL - Colocaria só modelos
nas capas de revistas de moda,
não atrizes...
FOLHA - Você acha que o mundo
da moda é alienado?
RAQUEL - Não acho que é um
mundo alienado, é um universo
que trata de coisas diferentes e
por isso não discute temas políticos o tempo todo. Mas cada
um deve ter uma opinião a respeito dos problemas concretos.
Texto Anterior: Os vencedores Próximo Texto: Bate-papo Índice
|