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Sinfônica da Galícia toca de graça em SP
Sob regência de Victor Pablo Pérez, a orquestra se apresenta no parque Ibirapuera e na Sala São Paulo com solistas convidados
Concerto ao ar livre mistura peças vibrantes de autores russos com outras do célebre compositor espanhol Manuel de Falla
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma adolescente, de apenas
15 anos de idade, a Orquestra
Sinfônica da Galícia quer mostrar sua maturidade em São
Paulo, na série de assinaturas
do Mozarteum Brasileiro.
"A Galícia não tinha orquestra profissional até 1992, mas,
hoje, nos orgulhamos de estar
entre as principais sinfônicas
da Espanha", afirma o maestro
Victor Pablo Pérez. Com sede
no Palácio da Ópera de La Coruña, a orquestra atuou no
prestigioso Festival Rossini, de
Pesaro (Itália), e hoje tem seu
próprio Festival Mozart.
Amanhã, no parque Ibirapuera, o grupo faz um programa em que peças coloridas e vibrantes de autores russos (o "Capricho Espanhol", de Rimski-Kórsakov, e a suíte "O Pássaro de Fogo", de Stravinski) são
executadas ao lado de criações
do mais célebre compositor espanhol do século 20, o andaluz
Manuel de Falla (1876-1946).
"Gostamos de nos apresentar
ao ar livre e fazemos isso pelo
menos uma vez por ano, no verão, em La Coruña", conta Perez, que, durante duas décadas
(1986-2006) também dirigiu a
Orquestra Sinfônica de Tenerife, nas Ilhas Canárias, e registrou dois discos com obras de
Villa-Lobos.
"Fazer Villa-Lobos é uma experiência estupenda, porque
sua música tem muito frescor",
diz. "A dificuldade maior está
nos problemas técnicos a resolver. Porque suas edições não
passaram por uma revisão rigorosa, como aconteceu com outros compositores. Então, o intérprete tem que fazer um trabalho musicológico de correção
dos erros, durante os ensaios."
Sala São Paulo
Assim como no parque, a sinfônica também toca a música
de Falla nos dois concertos da
Sala São Paulo. Segunda-feira,
serão ouvidas suítes de seus
dois bailados mais célebres, "O
Amor Bruxo" e "O Chapéu de
Três Pontas", ficando para a
terça-feira "Noites nos Jardins
da Espanha", concerto para
piano e orquestra em que o
compositor descreve as áreas
verdes do palácio mouro da
Alhambra, em Granada, no sul
da Espanha.
Nessa peça, o solista convidado é o catalão Josep Colom, 60,
enquanto, na véspera, o austríaco de origem lituana Julian
Rachlin, 33 (que esteve no Brasil em 2005, nos Concertos
BankBoston) empunha seu
violino "ex Carrodus" Guarnerius del Gesù, de 1741, para executar o concerto de Brahms. Do
compositor alemão, a orquestra também toca, na terça-feira,
a quarta sinfonia.
O concerto de terça tem, ainda, um item curioso: a "Impressão Noturna" de Andrés Gaós
(1874-1959), compositor e violinista galego que, no final do
século 19, radicou-se na Argentina, onde empreendeu importante atividade pedagógica.
ORQUESTRA SINFÔNICA
DA GALÍCIA
Quando: amanhã, 11h
Onde: parque Ibirapuera
Quanto: entrada franca
Quando: seg. e ter., às 21h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nš, tel. 3223-3966)
Quanto: de R$ 60 a R$ 200
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