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'Galvarino' aborda vácuo deixado por índio assassinado
Peça se baseia em caso real de indígena chileno morto por um grupo de neonazistas em Moscou, em 1993
Espetáculo montado em festival de São José do Rio Preto será encenado nesta quarta e quinta em SP, no Sesc Pompeia
Em 1993, um grupo de neonazistas matou por apedrejamento um chileno de origem indígena nas cercanias de Moscou. Galvarino Ancamil, a vítima, fez um exílio pessoal durante o governo de Salvador Allende e vivia na Rússia desde o início dos anos 1970.
Sua ausência é o tema central da peça "Galvarino", exibida no Festival Internacional de São José do Rio Preto. A obra do grupo chileno Kimen será reapresentada em São Paulo nesta quarta e quinta.
A diretora do espetáculo, Paula González Seguel, também tem origem mapuche. Ela é sobrinha de Marisol Ancamil, irmã de Galvarino. No palco, a encenadora interpreta a própria tia.
A história tem início na casa habitada pela mãe, pelo pai e pela irmã de Galvarino, em um momento brevemente anterior à notícia de sua morte.
A primeira cena estabelece tensão máxima a partir de um recurso simples. O público sabe de antemão que Galvarino desapareceu, e sua família está em uma cozinha, onde depenam uma galinha e preparam um caldo. Angustiada, a mãe sequer toca na comida.