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Antologia revê obra de Frederico Barbosa

Poemas de 'Na Lata' foram organizados pelo autor segundo afinidades estéticas, em vez de ordem cronológica

O diretor da Casa das Rosas começou a gostar de poesia após conhecer 'Ademir da Guia', de João Cabral de Melo Neto

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

Criado em ambiente erudito, Frederico Barbosa interessou-se pela poesia por meio do futebol. Quando ele tinha 14 anos, seu pai, o crítico literário João Alexandre Barbosa, lhe apresentou ao poema "Ademir da Guia", de João Cabral de Melo Neto.

Desde então, o garoto palmeirense ficou encantado pela rica expressão verbal que o gênero proporcionava.

Agora, o poeta de 52 anos, diretor da Casa das Rosas há nove, lança "Na Lata", antologia que reúne 35 anos de sua produção literária.

A organização do volume traz a particularidade de ter sido planejada de acordo com eixos temáticos.

Como os poemas haviam sido publicados em diversas mídias --livros, jornais, revistas, sites, redes sociais--, Barbosa considerou que a hierarquização por afinidades estéticas seria mais interessante do que a cronológica.

"Olhei para os primeiros poemas e não via uma linha evolutiva definida. Decidi separar os capítulos de acordo com os procedimentos de escrita utilizados e segundo grupos de significados", diz.

O título da antologia faz menção a essa composição, pois, segundo Barbosa, a ideia era "jogar na lata os textos e ir misturando tudo, como forma de inspiração para colocá-los sob novas perspectivas, de acordo com a estruturação da antologia".

No primeiro deles, "Todos os Sentidos", prevalece a sinestesia, recurso estilístico em que se faz o cruzamento de sensações. Em "Aquis", aparecem os poemas geográficos, que fazem alusão a Recife, sua terra natal, a São Paulo e a Minas Gerais.

Em "Sobre Si", surgem poemas metalinguísticos, construídos segundo procedimentos concretistas, como a espacialização das palavras na página e o corte brusco do verso. Há abundante citação a ícones da poesia moderna, como Cummings (1894-1962) e Ezra Pound (1885-1972).

O último capítulo, "Labyrintho Difficultoso", abriga os maiores radicalismos estéticos, como o nome sugere. Poucos diriam que esse universo de palavras surgiria de uma paixão pelo futebol.


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