Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Líder do Bauhaus canta para festejar 35 anos da banda
Peter Murphy faz show hoje em São Paulo retomando repertório do grupo célebre por 'Bela Lugosi's Dead'
Gente ranzinza gosta de dizer que o cantor inglês Peter Murphy, 56, apela para o repertório do Bauhaus, seu ex-grupo famoso nos anos 1980, para compensar uma carreira solo fraca. O show que ele apresenta esta noite em São Paulo deve alimentar ainda mais essa reclamação.
Mas os fãs vão aprovar essa turnê, comemorativa dos 35 anos da formação da banda, que parou em 1983 e tentou voltar duas vezes.
"Depois de nossa última reunião, em 2008, a bandeira do Bauhaus ficou nas minhas mãos", conta Murphy, antes de embarcar para o Brasil.
A decisão de mostrar novamente o repertório foi, segundo ele, "natural". O vocalista mantém há oito anos a mesma banda em seu trabalho solo e canções variadas do Bauhaus sempre fazem parte de seus shows. Uma não pode faltar: "Bela Lugosi's Dead".
Com mais de nove minutos de clima soturno, a música ficou marcada pela cena de abertura do filme cult de vampiros "Fome de Viver" (1983), na qual Murphy aparece cantando em um clube noturno. O filme é estrelado por David Bowie, sempre citado como maior influência do vocalista.
Murphy não nega que bebeu na fonte do glam rock de Bowie e Marc Bolan, mas cita outras influências não tão óbvias. "Ouvíamos canções folclóricas irlandesas, Beatles, Everly Brothers e Doris Day."
Apesar de ter sido formado em 1978, na efervescência do punk britânico, o Bauhaus não se alinhava ao movimento, na opinião de Murphy. "Fazíamos outra coisa, diferente, bonita e artisticamente desafiadora. Nós influenciamos nomes celebrados hoje, como Björk e Radiohead."
Ele diz que o público sempre deu valor à banda, mas a imprensa tenta reduzir a importância do Bauhaus usando o rótulo de "rock gótico".
Murphy deve lançar no ano que vem "Lion", álbum com produção de Martin "Youth" Glover, integrante de outra banda subestimada dos anos 1980, Killing Joke.
