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40 discos que fazem 40 anos

Pink Floyd e João Gilberto lideram enquete da Folha sobre álbuns mais importantes de 1973

LUCAS NOBILE CESAR SOTO DE SÃO PAULO

O ano de 1973 foi fundamental para a história da música. Em linhas gerais, o Pink Floyd lançou um dos discos mais importantes de todos os tempos, Bob Marley foi projetado para o mundo, que assistiu à estreia de Queen, Tom Waits, Bruce Springsteen e New York Dolls.

No Brasil, chegavam às lojas o "Álbum Branco", de João Gilberto, "Todos os Olhos", de Tom Zé", "Matita Perê", de Tom Jobim, "Índia", de Gal Costa, além do ressurgimento de Nelson Cavaquinho e de estreias de Secos & Molhados, Luiz Melodia, Raul Seixas, Fagner e Gonzaguinha.

A partir dessa produção, que influencia gerações até hoje, a Folha fez uma enquete com 40 nomes da música, cinema, teatro, literatura, política cultural, TV e artes visuais sobre 40 discos que completam 40 anos em 2013.

Os convidados votaram em uma lista com 20 álbuns brasileiros e 20 estrangeiros.

O "ÁLBUM BRANCO"

Na disputa entre os brasileiros, vitória para João Gilberto, com disco homônimo. Chamado informalmente de "Álbum Branco", o LP recebeu oito votos, dois a mais do que "Pérola Negra", disco de estreia de Luiz Melodia.

"É o maior disco do João Gilberto e provavelmente a mais radical experiência musical brasileira de todos os tempos", diz o artista plástico e poeta Nuno Ramos.

O terceiro lugar, com cinco votos, foi para a estreia do Secos & Molhados. Na sequência, com quatro votos para cada, empate entre os álbuns de Milton Nascimento e Tom Zé.

"Um dos discos mais ousados já feitos no Brasil. Tom Zé une elementos de sua sofisticada formação cabocla de Irará [sua cidade natal, na Bahia] à experiência vanguardista para além da Tropicália", diz o músico Kiko Dinucci.

Jobim e Raul levaram três votos, seguidos pelos Novos Baianos, com dois. O disco "Ou Não", de Walter Franco, não estava na pré-seleção da enquete, mas foi votado pelo crítico literário Alcir Pécora.

Alguns desses álbuns terão seus repertórios interpretados na íntegra, de 26 a 29 de setembro, no Sesc Santana.

Com curadoria do Radiola Urbana (de Ramiro Zwetsch e Filipe Luna), Karina Buhr vai reler "Secos & Molhados"; Cidadão Instigado, "The Dark Side of the Moon"; Céu, "Catch a Fire"; e Fred 04, "Nelson Cavaquinho".

CLÁSSICO MUNDIAL

Na disputa internacional, com 12 votos, o vencedor foi "The Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, que já teve mais de 50 milhões de cópias vendidas pelo mundo.

"Ouvir esse disco pela primeira vez no meu Fusquinha numa tarde chuvosa descendo a serra a caminho da praia nunca mais saiu da minha cabeça. Nem era preciso acender nada para gostar dele e ouvi-lo sem parar", lembra o cineasta Fernando Meirelles.

O segundo colocado, com sete votos, foi "Catch a Fire", considerado o disco mais importante da história do reggae por ter projetado o som de Bob Marley & The Wailers da Jamaica para o mundo.

"Em 1973, vivia exilado no Chile e, depois do golpe militar, fui morar na Suécia. Pela primeira vez, tive saudade do Brasil e da Bahia. Marley foi o que me fez chorar e sentir o exílio", diz Juca Ferreira, secretário municipal da Cultura de São Paulo.

Em terceiro, com quatro votos para cada, empate entre "Berlin", de Lou Reed, e "Band on the Run", de Paul McCartney com os Wings.

A quarta posição ficou com "Killing me Softly", de Roberta Flack, com três votos.

"Quando comecei a trabalhar com a Roberta, ela começou a fazer sucesso. Mesma coisa com a Björk, com o Milton... Coincidência", diz Eumir Deodato, que fez os arranjos de cordas do álbum.

Ainda receberam um voto Tom Waits, Rolling Stones, New York Dools, Queen, The Who, Iggy Pop & The Stooges e Susi Quatro.


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