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Psicanálise também serve para dar risada

Canal Brasil exibe hoje o programa 'No Divã do Dr. Kurtzman' com o ator Marcos Caruso no papel de paciente

Série mistura sessão de análise com talk show; culto à mãe terra e chá de camomila são métodos do terapeuta

GISLAINE GUTIERRE DE SÃO PAULO

O GNT já tem seu "Sessão de Terapia", que vai para a segunda temporada. A HBO, a série "Psi", com o psicanalista e colunista da Folha, Contardo Calligaris. Hoje, é a vez do Canal Brasil estrear seu programa de psicanálise, o "No Divã do Dr. Kurtzman".

Só que em vez de investigar a psiquê humana, a atração mistura realidade e ficção no talk show de humor conduzido pelo terapeuta que dá nome ao programa. O primeiro paciente da série, com 13 episódios, é o ator Marcos Caruso.

Facundo Kurtzman, vivido pelo argentino Fabio Marcoff, 48, aparenta ser um charlatão, com seu paletó cheio de apetrechos, como chá de camomila e óleo de fígado de bacalhau, e por seu método de tratamento que mistura culto à mãe terra e letra de música de João Bosco. "Mas ele de fato acredita no que propõe", diz Marcoff.

Caruso se diz empolgado por finalmente ter a chance de uma terapia "unicista" --de uma sessão só-- com o terapeuta e filósofo formado na Universidade Sorbonne.

O apresentador é um personagem, mas o entrevistado é sempre ele mesmo. E por ser um "terapeuta", que usa algumas técnicas reais, Kurtzman tem a liberdade de tocar em temas subjetivos com Caruso, como suas manias e desejos.

"Nossa intenção não é tirar sarro dos programas de terapia, nem fazer humor ridicularizando o entrevistado", diz um dos diretores, Matheus Parizi, 29. O humor está todo concentrado em Marcoff, que faz um personagem crível, um tanto agitado, mas que nunca descamba para a caricatura.

FORREST GUMP

Caruso se diverte, por exemplo, quando o argentino conta que foi atacado por uma paciente inglesa após a Guerra das Malvinas (1982). Kurtzman mostra a marca da mordida da moça em seu quadril.

Kurtzman é meio Forrest Gump (personagem do filme homônimo, de 1994, vivido por Tom Hanks, que sempre participa de momentos históricos e conhece figuras importantes). Ele participou da conferência ECO-92 e ajudou muita gente com sua sabedoria --de Astor Piazzolla a Jimi Hendrix.

Por uma questão cronológica, o encontro do terapeuta com figuras seria impossível, mas o surrealismo é intencional. O programa bebe nessa fonte, se inspira no humor inglês do Monty Phyton e se vale do formato de falso documentário. Bruno Kott, 30, que também dirige o programa, diz que há referências eruditas. "mas as transformamos em algo pop".

As sessões de Kurtzman são filmadas por estudantes de cinema, do qual fazem parte Kott e Parizi, como personagens. O terapeuta também faz rir nessa relação, pois não tem o menor jogo de cintura para lidar com a total falta de habilidade dos estudantes.

Para esta primeira temporada, o "No Divã do Dr. Kurtzman terá, entre os entrevistados, a apresentadora Marina Person, o cartunista Laerte, o cineasta Zé do Caixão e o cantor Supla.


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