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Livro conta vida pregressa de tipos de 'Trainspotting'
'Skagboys' é terceiro volume de Irvine Welsh com os mesmos personagens
Escritor escocês diz que inicialmente não pensou nas aventuras do grupo de drogados como uma trilogia
Sexo, drogas e rock'n roll encontraram-se de forma magistral no romance "Trainspotting", lançado pelo escocês Irvine Welsh em 1993 e levado ao cinema com enorme sucesso por Danny Boyle.
Ao contar as desventuras de um grupo de junkies de Edimburgo e redondezas, Welsh pisou fundo na degradação geral. O filme reuniu toda a sordidez carregada de gírias do livro e a emoldurou com agulhas em primeiro plano, excrementos, dentes ruins e bebês mortos, tudo ao som feroz do punk e do eletrônico.
"Skagboys", o livro que acaba de sair no Brasil, apanha os personagens de "Trainspotting" antes do afundamento nas drogas. "Pornô", que já foi lançado, falava desses mesmos tipos num período posterior, enfiando pornografia onde antes reinava a heroína.
O resultado de tudo é uma trilogia em que sexo, drogas e rock'n'roll são tratados sem enfeite, mas com muita imaginação. Welsh, 56, respondeu a perguntas por e-mail de Chicago, onde mora.
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Folha - Você pensou em "Skagboys", "Trainspotting" e "Pornô" como uma trilogia desde o princípio?
Irvine Welsh - Não. Eu ainda não penso neles dessa forma. Eles são pedaços de escrita sobre personagens e o tempo deles. Três desses pedaços foram publicados.
"Trainspotting" parece estar no centro do seu trabalho até hoje, não é?
Acho que os personagens do livro, não seus temas, são centrais naquilo que eu sou.
As pessoas de Muirhouse, Easter Road e Leith, nas cercanias de Edimburgo, ainda falam como nos seus livros?
A linguagem vem ficando cada vez mais homogênea no mundo, graças à globalização, mas os escoceses dão o seu próprio toque em tudo.
O que aconteceu com os seus amigos que inspiraram os personagens dos seus livros?
O que acontece com os amigos de todo mundo: eles morreram, foram pra cadeia ou tomaram jeito e têm trabalho e família. Um ou outro continua se virando por aí.
O que pensa das drogas hoje?
Sempre estarão presentes. Criamos um zoológico tão horroroso para viver que precisamos de anestésicos.
Quem é Irvine Welsh? Sua biografia tem alguns pontos controversos e misteriosos.
Não estou interessado em mim mesmo o suficiente para uma autodefinição. Como escritor, você é treinado para olhar pra fora, e não pra dentro. Mas sou uma alma descomplicada. Amo minha família, os amigos e o trabalho. Gosto de viajar um pouco e de festas esquisitas. E é isso.
