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Mercado discute preço fixo de livros em reação à Amazon

Associações de editoras e livrarias preparam carta para presidenciáveis com suas propostas de regulamentação

Entidades classificam prática de grandes descontos da gigante norte-americana como 'canibalista'

MARCO RODRIGO ALMEIDA DE SÃO PAULO

A entrada da Amazon no mercado de livros físicos do Brasil, aguardada por meses e enfim concretizada na última quinta, inspirou uma carta que entidades do mercado editorial pretendem entregar aos candidatos à Presidência.

A iniciativa reúne os principais grupos do setor, como a CBL (Câmara Brasileira do Livro), o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), a Libre (Liga Brasileira de Editoras), e a ANL (Associação Nacional de Livrarias).

As entidades, conforme antecipou o portal PublishNews, se reuniriam na noite desta sexta (22), na Bienal do Livro, para formatar o texto.

A carta apresenta propostas de regulamentação do mercado, de incentivo aos pequenos livreiros e à distribuição de livros no país. Alguns pontos, porém, não são consenso entre as entidades, o que pode atrasar a elaboração da carta.

O principal deles é a adoção da lei de preço fixo para livros inéditos durante um certo período, similar ao que já ocorre na França, por exemplo.

A Libre e a ANL são as principais defensoras da lei. Já o Snel faz a maior resistência.

"Nós precisamos consultar nossos associados. No passado eu era contra, por achar que o desconto é um instrumento do varejista. Mas agora, se a concorrência com a Amazon for muito predatória, acho que pode sim fazer sentido", comenta Sônia Jardim, presidente do Snel.

A Amazon começa a vender livros físicos no Brasil em um momento em que enfrenta forte contestação internacional.

No último dia 10, 909 escritores assinaram uma carta, publicada no jornal "The New York Times", contra a Amazon. Há três meses a varejista americana passou a restringir vendas e a atrasar entregas de produtos da editora Hachette para pressioná-la a aceitar sua política de grandes descontos.

No dia 18, 1.188 autores alemães também se manifestaram contra a Amazon em carta publicada na internet, desta vez acusando boicote autores da Bonnier.

Na estreia no Brasil no mercado impresso, a Amazon oferece 150 mil títulos em português, frete grátis para compras acima de R$ 69 e até 40% de desconto em alguns títulos.

"Isso é uma prática canibalista, para arrasar o mercado. Por isso é importante a regulamentação, o preço fixo. Toda a cadeia precisa de um equilíbrio", diz Ednilson Xavier, presidente da ANL.

Haroldo Ceravolo Sereza, presidente da Libre, diz que o mercado passa por um momento de mudança que exige muita atenção das entidades.

"Em princípio, não achamos um problema a Amazon vender no Brasil. É bom que o mercado tenha mais um lugar para vender livros. Só queremos que eles respeitem as regras da concorrência, que não pratiquem preços abaixo do mercado, como fazem lá fora."


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