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MERCADO
Especialista americana diz que Brasil precisa apostar na securitização
Venda de títulos imobiliários pode impulsionar o setor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se depender das expectativas da
americana Dale Anne Reiss, 57, líder global de mercado imobiliário
da consultoria Ernst & Young, o
mercado imobiliário brasileiro
deve se valer da conjuntura econômica atual para engendrar um
processo de crescimento.
Reiss esteve em São Paulo e proferiu palestra, no último dia 6, na
Conferência Anual do Urban
Land Institute (ULI, entidade que
congrega empresas do setor nos
Estados Unidos), evento que foi
realizado na sede do Secovi-SP.
"As mudanças positivas depois
que o presidente Lula assumiu
dão força aos investidores", disse.
"Os imóveis constituem uma alternativa segura de aplicação."
Sua visão otimista, no entanto,
está condicionada ao uso dos fundos de pensão [dinheiro dos planos de previdência privada] para
compra de títulos do mercado
imobiliário, como o CRI (Certificado de Recebível Imobiliário).
Esse capital financiaria investimentos no setor imobiliário.
"É o que acontece em todo o
mundo. Mas, no Brasil, falta um
mercado forte de securitização
[operação de crédito em que há
lançamento de títulos com garantia de pagamento]", afirma.
A base para o desenvolvimento
desse mercado já existe, de acordo
com Sandro Pincherle, 52, diretor
da Fiabci (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias).
"O Sistema Financeiro Imobiliário [modalidade de financiamento que prevê, como garantia,
a alienação fiduciária do imóvel
em vez da hipoteca] está preparado para operar os instrumentos
de securitização, e os fundos de
pensão nacionais têm R$ 180 bilhões para aplicação", calcula.
O que emperraria, então, a viabilização desse tipo de transação
seriam as taxas de rentabilidade
de títulos como o CRI. "Quando
muito, rendem IGP-M mais 10%
ao ano, enquanto os títulos do governo pagam 24,5% e têm mais liquidez", exemplifica Pincherle.
(EDSON VALENTE)
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