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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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MERCADO

Especialista americana diz que Brasil precisa apostar na securitização

Venda de títulos imobiliários pode impulsionar o setor

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se depender das expectativas da americana Dale Anne Reiss, 57, líder global de mercado imobiliário da consultoria Ernst & Young, o mercado imobiliário brasileiro deve se valer da conjuntura econômica atual para engendrar um processo de crescimento.
Reiss esteve em São Paulo e proferiu palestra, no último dia 6, na Conferência Anual do Urban Land Institute (ULI, entidade que congrega empresas do setor nos Estados Unidos), evento que foi realizado na sede do Secovi-SP.
"As mudanças positivas depois que o presidente Lula assumiu dão força aos investidores", disse. "Os imóveis constituem uma alternativa segura de aplicação."
Sua visão otimista, no entanto, está condicionada ao uso dos fundos de pensão [dinheiro dos planos de previdência privada] para compra de títulos do mercado imobiliário, como o CRI (Certificado de Recebível Imobiliário). Esse capital financiaria investimentos no setor imobiliário.
"É o que acontece em todo o mundo. Mas, no Brasil, falta um mercado forte de securitização [operação de crédito em que há lançamento de títulos com garantia de pagamento]", afirma.
A base para o desenvolvimento desse mercado já existe, de acordo com Sandro Pincherle, 52, diretor da Fiabci (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias).
"O Sistema Financeiro Imobiliário [modalidade de financiamento que prevê, como garantia, a alienação fiduciária do imóvel em vez da hipoteca] está preparado para operar os instrumentos de securitização, e os fundos de pensão nacionais têm R$ 180 bilhões para aplicação", calcula.
O que emperraria, então, a viabilização desse tipo de transação seriam as taxas de rentabilidade de títulos como o CRI. "Quando muito, rendem IGP-M mais 10% ao ano, enquanto os títulos do governo pagam 24,5% e têm mais liquidez", exemplifica Pincherle.
(EDSON VALENTE)

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