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Escolha do crédito deve considerar objetivos

É preciso refletir sobre valor e prazo do empréstimo, afirma especialista

Juros embutem risco de inadimplência e tributos; custos no país são maiores do que no exterior, dizem bancos

DE SÃO PAULO
Silvia Zamboni/Folhapress
Rubens de Castro, que refinanciou o imóvel para pagar dívida e investir no escritório
Rubens de Castro, que refinanciou o imóvel para pagar dívida e investir no escritório

O empréstimo via refinanciamento imobiliário -modalidade escolhida pelo consultor Rubens Tadeu de Castro, 43- cobra juros menores porque tem uma garantia real: o imóvel, que pode ser tomado pela instituição financeira em caso de calote.

"Fazemos uma seleção criteriosa dos clientes para avaliar a real capacidade de pagamento da dívida e evitar problemas para o consumidor", diz Elyseu Mardegan Junior, diretor da BM Sua Casa, que oferece o produto.

"Nosso interesse é que os clientes possam realmente pagar os empréstimos."

Ainda de acordo com Junior, antes de se candidatar a uma linha como essa, o consumidor -que precisa ter um imóvel- deve considerar o valor que deseja obter e o prazo de pagamento.

"As taxas são atrativas para quem pretende tomar crédito, em pelo menos cinco anos, de um valor significativo em relação ao do imóvel que possui [o máximo permitido pela BM Sua Casa é 50%], afirma Junior.

"Em caso de valores e prazos menores, há outras opções mais indicadas."

SERVIÇO DE EMERGÊNCIA

Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) dá um exemplo: quem fica devendo no cheque especial R$ 1.000 por 20 dias, paga cerca de R$ 80 de juros.

"Nesse caso, o valor do juro deve ser encarado como um serviço contratado em caso de emergência; é como pegar um táxi", afirma.

"Em outros países, como os EUA, esse produto é considerado serviço, e não linha de crédito. Cheque especial é só para emergências."

RISCOS E CUSTOS

Sardenberg destaca ainda que, na composição do chamado "spread" bancário -que é a diferença entre as taxas de juros pelas quais os bancos captam o dinheiro para emprestar aos clientes e as que cobram dos consumidores-, estão embutidos custos dos bancos, como tributos e inadimplência.

"Esses custos são mais altos no Brasil do que no exterior", afirma.

(CAROLINA MATOS)

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