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BC aumenta juros pela 3ª vez seguida

Taxa passa de 8% para 8,5%, e organismo afirma que decisão "contribuirá para colocar a inflação em declínio"

Inflação em 12 meses está em 6,7%, acima da meta oficial, e analistas já preveem até 3 novas altas da Selic neste ano

MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA

Em mais um passo no combate à inflação alta, o Banco Central elevou ontem os juros pela terceira vez seguida, levando a taxa básica Selic a 8,5% ao ano.

O Copom (Comitê de Política Monetária do BC), em decisão unânime, manteve a mesma intensidade de aperto promovido na reunião anterior, em maio, em 0,50 ponto percentual. Mas, ao contrário da última decisão, que veio acima do esperado, essa ficou totalmente dentro da expectativa do mercado.

O comunicado que anunciou a decisão foi idêntico ao da reunião do Copom anterior, indicando que o comitê deve manter a mesma intensidade de elevação dos juros no próximo encontro, no fim de agosto.

Em apenas dois parágrafos, o BC disse que deu "prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros" e que essa "decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".

EFEITOS DO DÓLAR

Se, por um lado, a disparada recente do dólar tende a pressionar os preços aqui dentro, de outro o fraco crescimento econômico e o resultado baixo da inflação mensal de junho não abrem espaço para uma alta mais intensa dos juros, destacavam relatórios da corretora NGO e do banco Itaú divulgados ontem, antes da decisão.

Para ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, os novos passos do BC dependerão do comportamento do dólar. Se a cotação voltar para R$ 2,10 ou perto disso, ele acredita que apenas mais uma alta de meio ponto seja suficiente para reduzir a inflação.

Mas, se o dólar continuar em alta, Freitas diz que a taxa poderá chegar a 10%.

Segundo o boletim Focus divulgado semanalmente, a maioria das mais de cem instituições consultadas pelo BC aposta em mais duas altas nos juros, levando a Selic a 9,25%.

Vem aumentando, porém, o número de economistas que projetam uma taxa mais alta. O Itaú, por exemplo, acredita em mais três elevações, com a Selic a 9,75%.

Os economistas esperam novos aumentos de juros porque, embora a inflação mensal esteja mais fraca, a taxa acumulada em 12 meses está em 6,7%, bem acima dos objetivos do BC.

A meta oficial é de 4,5%, com limite máximo de tolerância até 6,5%. A promessa do presidente do BC, Alexandre Tombini, é entregar a inflação neste ano abaixo do índice do ano passado (5,84%), e a de 2014, abaixo de 5%.

Para ajudar no controle da inflação, o Ministério da Fazenda se comprometeu a cortar gastos e a fazer um superavit primário do setor público de 2,3% do PIB neste ano.

O superavit é o valor economizado para pagar juros da dívida pública e serve também para segurar os gastos do governo, tirando pressão sobre os preços no país.

Segundo a Folha apurou, o governo anunciará nos próximo dias corte de gastos de R$ 11 bilhões a R$ 13 bilhões.

O mercado, porém, mantém-se cético e projeta superavit de apenas 1,7% do PIB.


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