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Análise

Taxa Selic poderia ser única referência para aplicações?

ÁLVARO MENDONÇA ESPECIAL PARA A FOLHA

O debate sobre a relação entre a taxa de Depósitos Interfinanceiros (DI) e a taxa Selic se intensificou à medida que o diferencial entre as duas se ampliou, a partir de 2011. A assimetria já foi registrada no passado, mas não causou tanto impacto quanto agora.

Um dos principais pontos em discussão é se o país poderia ter apenas uma taxa, a Selic, para orientar as aplicações financeiras.

Essa taxa é formada a partir de operações de um dia com títulos públicos. As instituições financeiras realizam empréstimos de curtíssimo prazo, seja para financiar o carregamento da dívida pública, seja como parte da política monetária.

As operações são garantidas por títulos públicos e o risco de crédito é do Tesouro.

O volume de operações compromissadas desse mercado atingiu a média diária de R$ 636 bilhões em 2012. Mas a Selic praticamente não é aplicada como referencial em operações privadas.

A taxa DI foi criada em 1986 para operações entre agentes privados. O índice mitiga o risco público para o atendimento das necessidades de liquidez dos bancos.

As operações de um dia são registradas na Cetip. Neste mercado, o risco de crédito da instituição tomadora é assumido pela doadora.

O volume negociado é, em média, R$ 600 milhões por dia, muito menos do que na formação da Selic. Mas a sua utilização é mais ampla.

Os dois mercados têm como semelhança apenas o fato de ser uma operação de um dia. Mas como funcionam garante a participação de público e uma estrutura de formação de preços diferentes.

A partir de 2011, a diferença entre as duas taxas se ampliou, coincidentemente com a queda da Selic --a taxa DI ficou bem mais baixa.

Isso pode ser resultado da influência dos custos no acesso ao mercado onde é formada a Selic.

O efeito é mais sensível para valores menores, mas é praticamente imperceptível nas somas aplicadas pelos grandes participantes do mercado.

Essa seria uma das razões para que os pequenos prefiram repassar recursos no mercado DI, e os grandes façam suas operações no Selic.

Pela ótica de risco de crédito, o diferencial deveria ser inverso, mas ao examinarmos a estrutura de formação das duas taxas talvez encontremos explicação melhor para essa aparente contradição.

Tudo isso reduz a capacidade de competição entre os dois mercados, assim como a comparação entre as taxas que se tenta estabelecer.


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