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Com franceses gastando menos, economia patina

País vive segunda recessão em quatro anos; desemprego tem maior índice desde 1996

DO "NEW YORK TIMES"

Em uma recente visita ao Marché aux Puces de St. Ouen, o mais famoso mercado das pulgas francês, candelabros de cristal reluziam ao sol do verão parisiense.

Um relógio ornamentado da era de Napoleão 3º estava exposto sobre um beiral de lareira de mármore, e havia cartazes anunciando liquidações em meio a objetos curiosos que atraem compradores em busca de pechinchas.

Mas algo parecia fora de ordem naquela tarde, como em todos os finais de semana há quase um ano. E a culpa é da economia. Os franceses deixaram de gastar, e isso representa um obstáculo não apenas para os comerciantes do Marché aux Puces como para o país sair da recessão.

"O mercado costumava viver lotado", diz Hamidou Debo, comerciante de sapatos.

Para Debo e outros 2.500 comerciantes do mercado, a desaceleração sufoca os negócios e não há como prever quando as coisas voltarão ao normal. Em 2012, ele diz que vendia entre 300 e 400 euros (US$ 390 a US$ 520) antes da hora do almoço, mas agora mal chega a 100 euros.

O desemprego no país está em 10,8%, o mais alto desde 1996, quando o atual sistema de cálculo foi adotado.

O problema, somado a aumentos de impostos e a cortes nos gastos do governo, mostra que a França enfrenta dificuldades para sair de uma recessão rasa, a segunda em quatro anos.

Mesmo que ela termine neste trimestre, a economia deve continuar estagnada e encolherá 0,1% neste ano.

Não surpreende que os franceses tenham apertado os cintos. Mas isso se tornou parte do problema, visto que o consumo responde por 56% da economia.

"O consumidor sempre foi o motor da economia francesa", diz Jean-Paul Fitoussi, do Instituto de Estudos Políticos de Paris. "Se esse propulsor econômico não funcionar, de onde virá o crescimento?"

Em junho, a confiança dos consumidores foi a mais baixa desde que começou a ser mensurada, em 1972.

O presidente François Hollande disse ontem, contudo, que há uma ligeira recuperação da produção industrial e dos gastos do consumidor.

"A recuperação está aqui. O segundo semestre será melhor do que o primeiro", afirmou, em entrevista ao canal de TV France 2, no dia da Queda da Bastilha.


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