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Análise

Freada no comércio indica que demanda perde força

Muito provável desaceleração do crescimento do consumo das famílias no PIB é preocupante

JOSÉ FRANCISCO DE L. GONÇALVES ESPECIAL PARA A FOLHA

As vendas do varejo em junho apresentaram desaceleração tanto na variação anual quanto na mensal. Embora não se trate de ruptura das atividades, a tendência que vem se desenhando indica uma atividade econômica mais fraca.

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados ontem mostram que o movimento se aplica tanto ao varejo restrito (sem veículos e material de construção) quanto ao varejo em geral.

A aderência dos dados mensais das vendas no varejo ao consumo das famílias medido no PIB (Produto Interno Bruto) em base trimestral é bastante significativa: para o primeiro trimestre deste ano, nosso modelo [para projeções] estimou alta no consumo de 2,3% ante os efetivos 2,1% medidos pelo IBGE.

Já para o segundo trimestre, a estimativa para o crescimento do consumo é de 1%, sempre considerando a comparação anual.

A muito provável desaceleração do crescimento do consumo das famílias é preocupante por ser esse o componente da demanda doméstica que vem sustentando a economia.

TRAJETÓRIA

Os baixos níveis de investimento e o efeito contracionista do setor externo se contrapõem ao cadente consumo do governo e desenham uma trajetória de crescimento baixo para este ano.

Na explicação do desempenho do varejo em junho seguem a permanência da inflação em patamar elevado e o crescimento moderado da massa de salários. A alta incerteza e a baixa confiança do consumidor, como apurado em pesquisas, adicionam um componente qualitativo na análise do quadro.

Além disso, a expectativa é de crescimento moderado no crédito.

Segundo a pesquisa trimestral do Banco Central, a demanda para consumo (pessoa física) deve crescer 0,06% no terceiro trimestre.

A preocupação que fica é que o investimento, seja em infraestrutura, seja em ampliação de capacidade de produção para o mercado doméstico, depende, pelo menos em parte, da demanda corrente. Claro que o custo de capital e as perspectivas sobre o futuro contam de modo decisivo. Mas a demanda corrente pode estar fraquejando.


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