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Com produção fraca, emprego cai 2,2% na indústria em abril
Falta de mão de obra em algumas funções e concorrência de serviços elevam a renda, porém
Retraída há dois meses, a produção da indústria mantém o mercado de trabalho do setor debilitado, e não existem sinais de melhora no curto prazo. Em abril, o número de trabalhadores ocupados na indústria caiu 0,3% frente a março. Em relação a abril de 2012, o tombo foi de 2,2%.
Sem uma retomada à vista da produção e com empresários pouco otimistas, o emprego na indústria tende a fechar 2014 em terreno negativo, segundo analistas.
O emprego não reage nem mesmo quando a produção melhora. A situação reflete a reduzida confiança de empresários, os investimentos em compasso de espera, o consumo fraco e a concorrência da indústria com importados.
A esse cenário, somam-se juros maiores, crédito escasso, inadimplência em nível elevado e inflação alta. O quadro desembocou numa retração de 2% do emprego na indústria nos quatro primeiros meses deste ano.
"Esse desempenho bastante adverso do mercado de trabalho da indústria é generalizado" segundo Rogério Souza, economista do Iedi. Atinge a maioria dos segmentos e regiões pesquisadas.
Tampouco há sinal de reação do emprego, diz o Iedi, já que os empresários têm cortado horas extras para ajustar estoques e o ritmo de produção a tempos de enfraquecimento do consumo.
O indicador de horas pagas aos trabalhadores, tido como antecedente de contratações, caiu 2,5% no primeiro quadrimestre. Tal situação sinaliza que uma retomada do emprego ainda está distante, porque antes de contratarem, empresas elevam a produção com mais horas trabalhadas.
Mesmo sem o avanço do emprego, a renda da indústria segue em alta diante da falta de mão de obra em alguns setores e funções -- avançou 0,9% de janeiro a abril. Também estimula salários em alta a concorrência de outros ramos que mostram melhor desempenho e abrem vagas, como os serviços.